Economia Titulo Exterior
Exportação segue em queda, apesar da valorização cambial
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
02/01/2015 | 07:44
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Ari Paleta/DGABC


A melhora da taxa cambial, que estava na casa dos R$ 2,20 em julho e atingiu R$ 2,60 em novembro, com valorização de quase 20%, não foi suficiente para reverter a queda das exportações das empresas do Grande ABC. No penúltimo mês do ano, mesmo com o câmbio mais favorável, a receita dos exportadores da região voltou a cair, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 

Os sete municípios obtiveram US$ 397 milhões de faturamento mensal com os embarques ao Exterior, 11% menos que em outubro, quando já houve retração de 13%. Com o resultado, as vendas a outros países totalizaram US$ 4,9 bilhões nos primeiros 11 meses de 2014, o que é 21% menos que os US$ 6,2 bilhões do mesmo período de 2013. 

Para o empresário e vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano William Pesinato, parte dessa dificuldade de ampliação nas vendas externas se deve à Argentina, principal destino dos produtos do Grande ABC enviados ao Exterior – entre os quais se destacam automóveis, caminhões e chassis de ônibus. Nos mesmos 11 meses de 2013, esse mercado representava 45% do que as empresas obtinham com encomendas a outros países e, atualmente, esse percentual caiu para 38%. 

A crise argentina, que tem levado o governo da presidente Cristina Kirchner a brecar o pagamento de dólares para importadores locais poderem converterem seus pesos (a moeda argentina) para poderem adquirir itens do Exterior continua sendo obstáculo aos negócios. 

Além do problema no país vizinho, há o custo Brasil, traduzido, entre outras coisas, pela elevada carga tributária e deficiências logísticas (por exemplo, vias precárias), que retiram competitividade da indústria brasileira, assinala o vice-diretor da regional do Ciesp de Diadema, Anuar Dequech Júnior. Apesar disso, ele considera que 2015 traz perspectiva de melhora gradual para as indústrias, e que podem se beneficiar da valorização cambial, apesar dessas desvantagens. No entanto, ele avalia esse processo de reconquista de mercado deva ser lenta.
 
IMPORTAÇÃO -  Se as exportações registraram queda nos últimos dois meses, as importações já vinham em declínio desde setembro. No penúltimo mês de 2014, foram gastos na região US$ 381 milhões com aquisições de produtos do Exterior, 18% menos que em outubro e 35% abaixo do despendido em novembro de 2013. 

Para especialistas, a fraca demanda do mercado interno e a cautela das empresas em investir para ampliar a produção, diante do cenário de incertezas da economia brasileira, colaboram para a redução de compras de itens importados. 




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