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Talibã controla produção ilegal de ópio, dizem EUA
Por Das Agências
05/10/2001 | 09:15
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O governo Talibã do Afeganistão controla diretamente a produção ilegal de ópio e pode estar manipulando o mercado internacional para aumentar o preço da droga, revela um relatório divulgado em Washington.

Apesar do líder dos talibãs, mulá Mohammad Omar, ter emitido um decreto proibindo o cultivo de ópio no Afeganistão durante as safras de 2001 e 2002, o que reduziu a produção de ópio nos primeiros nove meses do ano a 74 toneladas, contra 3.656 toneladas em 2000, o preço do quilo do ópio subiu de US$ 4 no ano passado para US$ 400 neste ano, chegando a US$ 746 após os atentados de 11 de setembro passado, segundo as autoridades norte-americanas.

Segundo os especialistas norte-americanos, apesar da queda na produção do Afeganistão, estoques acumulados estão suprindo a demanda de ópio produzido na Ásia central, o que revela "um acordo entre os talibãs e os traficantes internacionais".

De acordo com Asa Hutchinson, chefe do Departamento Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), "o Talibã cobra impostos e obtém benefícios financeiros com o comércio de ópio".

No ano passado, o Afeganistão produziu cerca de 70% da oferta mundial de ópio ilegal do mundo, segundo o DEA.

A denúncia ocorre no momento em que o governo norte-americano ameaça atacar o Afeganistão caso o regime Talibã não entregue o terrorista saudita Osama bin Laden, acusado de planejar os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos.

A produção de ópio é uma enorme fonte de renda para o Afeganistão, onde milhares de camponeses vivem do plantio da papoula, comprada por intermediários que processam a droga e a enviam para os mercados europeu e norte-americano.

O cultivo da papoula é tradicional no Afeganistão, onde até 60% da produção anual de ópio é negociada no mercado futuro, segundo dados da ONU citados pelo DEA.

Segundo Hutchinson, "a recente alta nos preços foi um grande negócio para os talibãs, que multiplicaram o valor de uma mercadoria sobre a qual exercem um controle total". Hutchinson afirma que os talibãs ganham anualmente cerca de US$ 50 milhões com o ópio.




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