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Pela 26ª vez consecutiva, Volkswagen Gol é o carro mais
vendido no ano; trajetória do hatch é, sem dúvida, soberana

Por Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
02/01/2013 | 07:00
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Soberana. Não há melhor palavra para definir a trajetória do Volkswagen Gol no Brasil. Lançado em 1980 todo quadradão e com motor 1.300 carburado e refrigerado a ar, o hatch conquistou em 2012, pelo 26º ano consecutivo, o título de automóvel mais vendido do País. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), de janeiro à primeira quinzena de dezembro do ano passado foram emplacadas 280.432 unidades do Gol, 33.140 a mais que o segundo colocado, o eterno arquirrival, Fiat Uno.

A fórmula do sucesso deste fenômeno é um mistério - assim como da Coca-Cola -, mas o Diário, disposto a desvendar este enigma, avaliou durante mais de uma semana a versão topo de linha do Gol (Power 1.6 I-Motion), atualmente em sua quinta geração e meia, afinal, passou por reestilização no ano passado.

É fato que contribui a ampla rede de concessionários (são mais de 600 em todo o País), a capacidade produtiva da Volks para o modelo (é feito nas plantas de São Bernardo, Taubaté e São José dos Pinhais) e o fato de ter herdado o trono daquele que é apontado como um dos três carros mais importantes do século 20, o Fusca - modelo mais vendido no Brasil por 24 anos seguidos, de 1959 a 1982. No entanto, também é fato que o Gol, na maioria das vezes, foi um produto interessante.

A versão básica do parte de R$ 26.890 - motor 1.0 Totalflex. Já a configuração avaliada pela equipe do Diário custa, inicialmente, R$ 41.090. Completinho, inclusive com cor metálica (R$ 991), sai por R$ 47.171 - reconhecemos: é de arder o bolso. Mas também vem com tudo: freios ABS, ar-condicionado, air bag duplo, direção hidráulica, sensor de estacionamento traseiro, rodas de liga leve de 16 polegadas e I-System. Além da transmissão automatizada I-Motion de cinco marchas e do já mais que conhecido motor 1.6 flex de até 104 cv de potência a 5.250 rpm e torque máximo de 15,6 mkgf a 2.500 giros. A velocidade máxima é de 190 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 10,3 segundos - números com etanol.

Apesar de antigo de estrada e ser um dos 1,6 litro menos potente do mercado brasileiro, o bloco ainda é um dos mais espertos por entregar excelente torque em baixas rotações. No perímetro urbano, não deixa o motorista na mão. Seu ruído, porém, é elevado, invade a cabine e incomoda. A 120 km/h o conta-giros marca 3.200 rpm.

O câmbio automatizado deixa a desejar. Tudo bem que é mais barato que um automático, mas seu funcionamento ainda causa desconforto com trocas lentas - tanto para subir, quanto (principalmente) para reduzir. Alguns concorrentes já têm caixa automática: Hyundai HB20 e Citroën C3...

A suspensão continua redonda. Firme, quando necessária - abusar em uma curva com o Gol é prazeroso -, e confortável em um passeio dominical.

O interior também recebe bem o motorista, com ajustes de altura do banco e da coluna de direção, e é honesto com os passageiros do banco traseiro. O acabamento é sóbrio e utiliza materiais (plásticos e tecidos) de acordo com a proposta do carro.

Resumindo, o Gol é um sucesso por ‘N' fatores. O consumidor, não em sua totalidade - afinal, a unanimidade é burra -, confia na imagem que a marca construiu em tempos de Fusca. Tem capacidade produtiva, pontos de venda e é um produto bom em comparação à atual concorrência. Não querendo ser adivinha, mas 2013, se as rivais não se movimentarem, tem tudo para dar Gol - pela 27ª vez consecutiva.




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