Pela primeira vez na história política de Santo André um prefeito não conseguiu a reeleição. O atual chefe do Executivo, Aidan Ravin (PTB), contestou a marca negativa, afirmando que apenas o petista Celso Daniel foi reeleito (em 1996 e 2000) e seu sucessor, João Avamileno (PT) - que assumiu o Paço em 2002 após a morte de Celso Daniel -, conseguiu se reeleger por inércia da oposição. "Não é uma democracia? Você tem que aceitar o jogo", disse Aidan, após a divulgação do resultado.

Ao tentar explicar a derrota, o petebista criticou as mensagens telefônicas disseminadas durante a madrugada, em que uma gravação com a voz dele pedia voto aos eleitores. "Eles fizeram deslealdade na madrugada, isso vai ser julgado na Justiça."

Mesmo não conseguindo se reeleger, o petebista minimizou os efeitos do revés. "Não sou um derrotado, só perdi a eleição. Derrotado é quando você não tem mais o que fazer da vida, se não tiver onde trabalhar. A minha clínica (médica) está aberta, sou funcionário público e tenho a minha família inteira", justificou.

Para o prefeito, o número de abstenções pesou no resultado da eleição. Dos 553.686 eleitores da cidade, 110.728 (20%) sequer compareceram aos locais de votação. "É indignação com a política", considerou o petebista. Quando a apuração dos votos começou, apoiadores do prefeito se concentraram no comitê central da campanha governista, no Centro.

Os primeiros números mostravam vitória do petebista, para delírio dos aliados de Aidan. Até um caminhão de som já havia sido preparado para comemorar a reeleição de Aidan.

Mas, quando Carlos Grana (PT) tomou a dianteira, a euforia deu lugar à apreensão e se transformou em lágrimas quando a vitória do petista foi confirmada.

Aidan chegou ao comitê no começo da noite. Abatido, ele foi aclamado pelos aliados. "Não tem velório aqui não. Lutamos muito. Duvido que do outro lado tenha esse carinho."

OUTROS CASOS

A derrota de Aidan não é o primeiro caso de tentativa frustrada de reeleição no Grande ABC. Inclusive, neste pleito ocorreu em Diadema, com o revés de Mário Reali (PT). A outra derrocada foi de Gilson Menezes, na mesma Diadema, em 2000, pelo PT.