O Parque Bandeirantes não pode mais esperar. Caminhões, carros, quatro linhas de ônibus, bicicletas e pedestres disputam espaço no cruzamento entre as ruas Dr. João Carlos de Azevedo e Valdemar Jesuíno Silva, em Mauá. Desde o início do ano, moradores reivindicam instalação de semáforo no local. Sinalização viária, lombadas e tartarugas não foram suficientes para evitar a morte de motoqueiro no dia 21, ao ser atingido por automóvel.

Os moradores reuniram mais 2.288 assinaturas e fizeram dois protestos para cobrar solução da Prefeitura, mas, por enquanto, nada foi feito. "Vão esperar morrer quantos aqui para tomar uma atitude?", questionou o marceneiro Sérgio Caiyret, 65 anos, que precisou reformar parte da porta e o muro de seu estabelecimento após caminhão invadir o imóvel. "Se eu estivesse na parte da frente, teria sido atingido."

A filha de 3 anos da diarista Suzilene Ferreira da Silva, 31, está com medo de ir para a escola. "Briguei com um motorista na semana passada porque ele quase passou por cima da gente. No dia seguinte, ela viu uma idosa ser atropelada aqui. Ficou assustada."

A comerciante Ioli Enobi, 50, vende churrasco há cinco anos no mesmo ponto na Rua Dr. João Carlos de Azevedo. Segundo Ioli, os acidentes são diários. "Fica ainda mais perigoso quando as crianças saem da escola. Perdi a conta de quantas vezes tive de chamar os bombeiros para socorrer estudantes."

A instalação de ponto de carga e descarga de supermercado prejudicou ainda mais a circulação de veículos, pois caminhões ficam estacionados na Rua Valdemar Jesuíno Silva a espera do momento de descarregar e atrapalham a visibilidade de quem vem pela Dr. João Carlos de Azevedo. Enquanto esteve no local, a equipe do Diário presenciou caminhão dando ré na via movimentada, alheio aos carros que tentavam ultrapassá-lo.

A Prefeitura afirmou que técnicos do Departamento de Trânsito estudam a instalação do semáforo, procedimento que deve ser concluído na segunda quinzena do mês. A administração destacou que há sinalização viária no local, e disse não ter registrado vítimas fatais de acidentes ali.