Política Titulo Santo André
CPI da Craisa aponta falhas, mas não pede punições

Encaminhado ao TCE e MP, relatório final do grupo faz apenas orientações ao Paço andreense

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
13/06/2014 | 07:00
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


Como esperado, o relatório de conclusão da CPI da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) foi protocolado na sessão de ontem da Câmara e apresenta apenas sugestões de possíveis mudanças ao governo Carlos Grana (PT), sem pedir punições a qualquer envolvido na apuração. A comissão foi instaurada no Legislativo para investigar possíveis irregularidades cometidas na autarquia durante os últimos 20 anos.

No documento, assinado pelos integrantes da comissão, os vereadores fazem somente apontamentos, orientações aprovadas pelo grupo. Não há sequer uma denúncia concreta de ilegalidade na Craisa. Relator, o parlamentar Ailton Lima (Solidariedade) sinalizou que foi possível “identificar oportunidades de aprimoramento nos procedimentos administrativos, contábeis, financeiros e de contratações” da autarquia, hoje comandada por Hélio Tomaz Rocha (PT).

A comissão sugere, entre outras coisas, revisão da permissão de uso do sacolão da Vila Luzita, atualmente sob gerência da Coop, promovendo licitação sobre a concessão do espaço. Mudança na gestão da Craisa também foi frisada no texto. O documento apontou ainda que não houve transparência na festa junina realizada em 2012, no governo Aidan Ravin (PSB), quando a autarquia não comprovou a entrada de recursos aos cofres públicos.

Ao todo, nove pessoas prestaram depoimento, entre elas o atual dirigente, o ex-coordenador jurídico da autarquia Reinaldo Abud, o ex-superintendente Laerte Satolo e o ex-secretário de Cultura Carlos Panini. As oitivas pouco acrescentaram para o desenrolar do processo. Na parede, somente aliados de Aidan.

Sinal da falta de averiguação é que série de encaminhamentos está baseada em parecer da FGV (Fundação Getulio Vargas), contratada pela própria Craisa para auditar débitos identificados na empresa pública – a análise da instituição constatou dívida de R$ 20 milhões. Situação que frustrou a expectativa ficou evidenciada com a petição do grupo só de documentos oficiais.

Não houve necessidade de votação do relatório em plenário da Câmara. Isso porque o documento “foi construído em consenso” pelos sete componentes da CPI, presidida pelo governista José Montoro Filho, o Montorinho (PT). O bloco entregará cópia do processo ao MP (Ministério Público) e ao TCE (Tribunal de Contas do Estado), porém, vazio. Outra citação do documento que demonstra a superficialidade do relatório final é a cópia encaminhada à Promotoria direciona para “apuração de eventuais irregularidades administrativas e criminais”.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;