A limpeza de 25 piscinões da Grande São Paulo só deverá começar a ser feita pelo Estado no fim de janeiro – um mês depois do início do verão. Na semana que vem, o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) irá abrir as propostas de empresas interessadas em executar os serviços de manutenção nos reservatórios de Santo André, São Caetano, São Bernardo, Diadema, Mauá, Taboão da Serra, Embu das Artes e Osasco.

O pregão para contratação emergencial foi lançado em razão da demora para que seja firmada PPP (Parceria Público-Privada) para administrar todos os piscinões da Região Metropolitana e construir outros sete (leia ao lado). Caso não haja recursos, o contrato emergencial deve ser assinado nas primeiras semanas de janeiro. O Daee não informou qual é a estimativa de custo.

O edital prevê que a empresa que vencer o pregão terá 180 dias para executar o serviço. Dessa forma, todos os piscinões inclusos só deverão estar completamente limpos em julho – mês que registra baixos índices de precipitação.

Enquanto o Estado não inicia a limpeza, algumas prefeituras da região traçam planos para garantir que os reservatórios estejam em condições de absorver a água das chuvas e evitar inundações. A Secretaria de Serviços Urbanos de São Bernardo informa que começou a limpar os locais com situação mais crítica. Foram iniciadas as atividades de manutenção no piscinão Volkswagen Demarchi e o próximo será o Canarinho, que fica entre a Avenida Pery Ronchetti e a Rua dos Vianas. A administração informa que o reservatório Chrysler não pode ser limpo, pois está cheio de água, e o esvaziamento é de responsabilidade do Daee.

Na tarde de ontem, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), afirmou que se os trabalhos não forem iniciados pelo departamento estadual em um mês, as equipes do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) irão providenciar o serviço. O chefe do Executivo garante que, depois, cobrará do Estado ressarcimento dos gastos. O prefeito Donisete Braga (PT), de Mauá, diz não ter autorização para atuar nos piscinões nem área para jogar os resíduos.

Para o professor Murilo Valle, do curso de Engenharia Ambiental da Fundação Santo André, o início da limpeza em pleno verão reflete a falta de planejamento do poder público no combate às enchentes. “Deveria ter sido feito antes, afinal, são toneladas de materiais depositados. Além disso, é perigoso fazer esse trabalho durante o período de chuvas.”

O especialista salienta que, pelo prazo previsto para término das atividades, parte dos piscinões não estará em condições de absorver as tempestades de março e abril.

Departamento prepara PPP para gestão e construção de mais 8 tanques

O Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) prepara uma PPP (Parceria Público-Privada) para a operação de 38 piscinões na Grande São Paulo – sendo 30 existentes e outros oito em implantação pela autarquia. O contrato incluirá a contratação de outros sete reservatórios, incluindo o Miranda D’Aviz, em Mauá, e o Jaboticabal, na divisa entre São Paulo, São Bernardo e São Caetano.

O departamento espera gastar cerca de R$ 932 milhões com o contrato, que será válido por 20 anos. A empresa que vencer o certame será remunerada pelo Estado com base na qualidade do serviço prestado. A concessionária receberá pagamento integral somente se deixar o reservatório em perfeitas condições e com capacidade plena de operação. Ainda não há previsão de quando será feita a assinatura. A partir do início do serviço, a empresa terá seis meses para garantir a limpeza e reparos necessários.