A onda de violência que sacode a França há dez dias chegou na madrugada deste domingo ao coração de Paris. Em todo o país, cerca de 1,3 mil veículos foram incendiados, apesar do reforço policial e da patrulha de helicópteros.

Na região central da capital francesa, vários veículos foram destruídos e 30 pessoas foram presas. Até então, a violência estava restrita aos bairros pobres da periferia de Paris, onde há forte presença de imigrantes de origem magrebina e africana.

Além dos carros, prédios públicos, escolas, lojas e armazéns também vêm sendo atacados. O presidente Jacques Chirac ainda não se pronunciou sobre o problema. Seus assessores limitam-se a dizer que ele falará "no momento certo, se achar necessário".

Um total de 2,3 mil policiais foram mobilizados para reforçar o dispositivo de segurança, e sete helicópteros com câmeras de vídeo sobrevoam as "áreas sensíveis" de Paris.

Quatro membros da guarda municipal foram feridos na cidade de Evreux, no oeste do país, região que sofreu uma nova série de incêndios e episódios de violência nesta madrugada. Os fatos mais graves aconteceram no bairro de Madeleine, onde os quatro policiais foram feridos durante confrontos com uma centenas de jovens, alguns deles armados com bastões de beisebol.

A noite de sábado foi marcada principalmente por incêndios no departamento de Essonne (sur), visitado pelo ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, para mostrar seu apoio à polícia. No departamento de Loiret, no centro da França, os bombeiros tiveram que intervir mais de 40 vezes para apagar incêndios em carros e armazéns atacados com coquetéis Molotov, principalmente em Orleans e Montargis.

Em Nantes, 38 automóveis foram incendiados, além de latas de lixo. "Trata-se de pequenos grupos de indivíduos que ateiam fogo aos carros e depois fogem", explicou um porta-voz dos bombeiros.