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Presidente Talabani media disputa pós-eleitoral no Iraque
Da AFP
24/12/2005 | 14:05
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O presidente iraquiano Jalal Talabani se converteu em um mediador na disputa política gerada pela polêmica sobre os resultados das legislativas, assegurando trabalhar por um Governo de unidade nacional. No entanto, os xiitas conservadores, considerados os ganhadores das eleições legislativas do dia 15 de dezembro passado, excluíram qualquer cancelamento de resultados.

"De maneira alguma vão anular os resultados das eleições ou organizar novas votações", declarou Jawad al-Maliki, o número dois do partido Dawa do ainda primeiro-ministro iraquiano Ibrahim Jaafari. "É necessário aceitar os resultados", afirmou Maliki neste sábado - dia seguinte às importantes manifestações de árabes sunitas que pedem a convocação de novas eleições.

Jalal Talabani anunciou que começou na quarta-feira encontros com personalidades da Frente da Concórdia (sunita), da Lista Nacional Iraquiana (do ex-primeiro-ministro, o xiita laico Iyad Allawi) e da Aliança Iraquiana Unificada (conservadores xiitas) para aproximar os pontos de vista. "Vou fazer tudo o que está ao meu alcance para formar um Governo de União Nacional", afirmou Talabani na sexta-feira, destacando que os Estados Unidos apoiavam seus esforços.

O secretário de Defesa norte-americano Donald Rumsfeld, citado por um comunicado iraquiano, manifestou sua esperança na formação de um Governo forte, capaz de levar o país no caminho até a democracia. A Frente da Concórdia, que reúne três formações árabes sunitas, organizou na sexta-feira manifestações em Bagdá, e ao norte da capital, para pedir novas eleições, estimando que os resultados parciais das legislativas haviam sido fraudados.

A lista de Allawi, da qual também participam sunitas liberais e comunistas, se associou a vários grupos que apóiam a mesma tese. Por sua parte, Jaafari prometeu novas conquistas para o Iraque em 2006.

Em relação às listas, que foram apresentadas nas eleições legislativas, um responsável da Comissão Eleitoral indicou neste sábado que uma centena de candidatos estava sendo retirada por seu vínculos com o partido dissolvido Baath do ex-ditador Saddam Hussein.

"A Justiça anulou uma decisão da Comissão de deixar os antigos membros do Baath se apresentar às eleições. Agora, estamos aplicando esta decisão que atinge cerca de 100 pessoas", declarou o responsável Adel Lamy. "Pedimos aos partidos políticos que substituam em suas listas eleitorais os candidatos afastados", destacou Lamy sem revelar nomes ou listas.




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