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Gol chega aos 30 com vitalidade
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
14/04/2010 | 07:00
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Um currículo de sucesso que dispensa comentários. Líder de vendas há 23 anos. Pioneiro, foi o primeiro a ter injeção eletrônica, motor 1.0 16V e propulsor bicombustível. Mais de 6 milhões de unidades produzidas - 5 milhões destinadas ao mercado interno. Esse é o Volkswagen Gol, que neste mês comemora 30 anos de sucesso e ganha a série especial Seleção.

Apesar de apresentado em 1980, o Gol começou a ser pensado e idealizado pelos engenheiros da Volkswagen quatro anos antes, em 1976. O objetivo: encontrar um substituto para ninguém menos que o Fusca, até hoje o veículo mais vendido da história da indústria automobilística nacional. A ideia da Volks era também não parar no tempo e competir de igual para igual com os novos concorrentes que por aqui surgiam, em especial o Fiat 147.

O Gol chegou equipado com motor 1.300 cm³ a ar, igual ao que ocupava o Fusquinha, mas com 4 cv a mais - o que mesmo assim garantia desempenho muito abaixo do esperado. Joel Soares da Silva, 71 anos, técnico em mecânica e desenho mecânico - 50 só de experiência em testes de rodagem - foi um dos responsáveis por desenvolver o novo hatch e, logo de cara reconheceu: o motor era fraquinho demais. "Após a primeira viagem para São Borja (RS), meu relato foi o seguinte: ‘Até caminhão me passa na estrada'. O motorzinho era horrível", disse o especialista morador de Santo André em entrevista ao Diário. "Por isso, em 1981, o Gol 1.600 cm³ foi apresentado."

Mas o Gol, que em 1987 viria a se tornar o carro mais vendido daquele ano e dos seguintes, tem espírito pioneiro. Ele foi responsável por introduzir no mercado nacional algumas tecnologias que hoje são comuns e fazem parte do nosso dia a dia. A primeira delas - e talvez a menos importante - foi a introdução do Gol GT, em 1984. O modelo trazia motor 1.8 a álcool com comando bravo idêntico ao utilizado no Golf GTI alemão na época. Com isso, o bloco desenvolvia 99 cv de potência e levava o hatchback a fantásticos - para a época - 180 km/h. Era a concretização do primeiro Pocket Rocket (Foguete de Bolso) do Brasil.

Mas foi em 1989 que o Gol revolucionou, introduzindo em sua versão esportiva GTI a injeção eletrônica. Era o primeiro veículo nacional produzido em série com esta tecnologia. O GTI - muito cobiçado e admirado pelos jovens da época - utilizava coração 2.0.

Deixando os anos de 1980 para trás e adentrando à última década do século 20, o Gol continuava inovando. Vieram pequenas evoluções e a primeira profunda atualização, com a chegada do Gol G2 em 1995, apelidada de Gol Bolinha em virtude de - claro - suas formas arredondadas e completamente diferentes do modelo anterior.

Apenas quatro anos depois, mais um tapa no visual com a chegada do Gol G3 - mais moderno e apontado por alguns Golzistas como um dos mais bonitos. Em 2000 foi apresentado o primeiro 1.0 turboalimentado, o Gol Turbo. E, em 2003, a modificação talvez mais importante para a indústria automobilística nacional nos últimos anos: a Volkswagen introduzia o Gol 1.6 Total Flex, primeiro veículo brasileiro de série que funcionava tanto a álcool, quanto a gasolina. Hoje, quase sete anos depois, o País respira os motores flex e não se vê sem eles.

Em 2005 foi apresentada a quarta geração do Gol. O sucesso ficou muito distante dos modelos passados, mas mesmo assim o hatch permanceu líder de mercado. E a preocupação de perder espaço para o Fiat Palio, atual arquirrival do Gol, fez a Volks trabalhar rápido e, em 2008, apresentar o novo Gol - ou Gol geração 5. Bonito, moderno e atual, mantém-se líder absoluto de vendas.




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