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Internações por Covid na região estão no mesmo patamar de maio

Grande ABC tem 997 pacientes hospitalizados, 18% mais do que há um mês; relaxamento de cuidados é a causa do novo pico de casos

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
18/11/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


No Grande ABC, 997 pessoas estavam internadas em razão da Covid-19 na segunda-feira. A quantidade é equivalente aos 994 pacientes que ocupavam leitos hospitalares em maio, quando a região estava na Fase 1 (vermelha) do Plano São Paulo, etapa mais restrita da quarentena, quando apenas os serviços essenciais tinham autorização para funcionar. Além disso, o total de indivíduos internados é 18% maior do que há um mês. A flexibilização da economia e o descuido de medidas sanitárias são responsáveis pela alta das hospitalizações. Atualmente, a região está na Fase 4 (verde), último estágio antes da normalização das atividades.

Os números são do SP Covid-19 Info Tracker, projeto de monitoramento da pandemia mantido por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria). Na segunda-feira, o governo admitiu aumento de 18% nas hospitalizações em todo Estado. Na ocasião, o governador João Doria (PSDB) postergou a classificação dos municípios no Plano São Paulo, o que deve ocorrer no dia 30, um após o segundo turno das eleições municipais. A administração publicou ontem, no Diário Oficial, decreto prorrogando a quarentena até 16 de dezembro.

O incremento nas internações na região está crescendo semanalmente. Na semana encerrada no sábado, foram 2.133 diagnósticos, primeira vez que a região ultrapassou as 2.000 confirmações desde a semana entre os dias 20 e 26 de setembro. O número é 35,7% maior do que nos sete dias anteriores. As sete cidades registraram os maiores números da pandemia em junho, quando 5.790 casos e 143 óbitos chegaram a ser confirmados em apenas uma semana e 1.363 pessoas estavam internadas no dia 16.

O Diário publicou ontem que especialistas avaliam que o aumento nos casos e nas internações ainda não indicam segunda onda, sobretudo porque o País não chegou ao fim da primeira. Trata-se de um pico, que, caso seja prolongado, pode voltar a pressionar o sistema de saúde. Isso porque unidades estão atendendo procedimentos e consultas eletivas, represadas em razão da quarentena, além do incremento no número de pacientes com Covid-19.

“É só circular pelas ruas para ver pessoas aglomeradas e sem máscara, descuidando da prevenção. O resultado disso é o aumento do número de casos”, observou Juvencio Duailibe Furtado, professor de infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC). “Eventualmente, se o total de casos extrapolar, o aprendizado existiu. Caso a tendência de aumento se consolide, os coordenadores de saúde já aprenderam e devem estar atentos”, completou. 




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