Economia Titulo Na pandemia
Vendas on-line de produtos de saúde e beleza saltaram 3.050%

Opção segura em tempos de pandemia, aplicativo de farmácia conquista espaço

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
26/06/2020 | 00:01
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Banco de Dados


Compras on-line se tornaram saída segura e cômoda na quarentena. Prova disso é que o número de transações em aplicativo de saúde e beleza, de 18 de março a 18 de junho, saltou 3.050% comparado ao período de 16 de dezembro a 17 de março entre os moradores do Grande ABC. Além disso, a quantidade de usuários aumentou 353,8%, enquanto as sessões cresceram 379,4% e o tíquete médio passou de R$ 31,80 para R$ 69,08 (117,2%). Os dados são do Farmácia App.

No Grupo DPSP (Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo), as lojas da região registraram redução de 4,8% nas vendas presenciais com o isolamento físico, em comparação ao mesmo período de 2019. Por outro lado, houve alta de 265% nas vendas on-line (via site ou televendas) e incremento de 23% no tíquete médio, tanto das compras presenciais quanto das feitas via internet. 

Na avaliação de Ricardo Balistiero, coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, a grande adesão da população às compras on-line foi “movimento inevitável”. “A partir do momento em que as plataformas melhoram sua performance, é um movimento que tende a continuar, não no mesmo ritmo que temos durante a pandemia, mas em alguns segmentos, como farmácias e supermercados, vieram para ficar.” 

“As pessoas viram no e-commerce uma forma mais segura de realizar as suas compras. Além de não precisarem se expor aos riscos da Covid-19 indo à loja física, as compras on-line podem proporcionar preços e promoções mais atraentes”, afirmou Robson Parzianello, do Farmácias App.

Normalmente, as plataformas on-line conseguem oferecer preços menores e mais pomoções porque não precisam arcar com custos inerentes à operação física, como gastos do imóvel, custo com funionários e manutenção de estoque em todas as unidades, uma vez que os produtos podem ficar centralizados em apenas um local no caso das empresas que operam exclusivamente com o e-commerce.

Para Balistiero, a tendência não deve ser mantida para setores como vestuário, onde o consumidor prefere ver o produto presencialmente para sentir a textura do tecido, ver estampas e tamanhos. Contudo, ressalta que as compras via internet não devem ser combatidas, a exemplo de quando os motoristas de aplicativos começaram a se popularizar e a concorrer com taxistas. À época, projetos em diversas esferas públicas tentaram proibir ou limitar a prática.

Um problema da popularização do comércio virtual é o desemprego gerado por eventual fechamento de lojas físicas. “Cabe ao poder público criar um movimento para fazer a capacitação estratégica dos trabalhadores imediatamente, pois o avanço da tecnologia é muito rápido e falta articulação do governo”, apontou Balistiero.

‘Restaurante fantasma’ pode virar tendência

A maioria do bares e restaurantes da região está funcionando apenas para entrega ou retirada há pelo menos três meses, quando a quarentena foi decretada na região. Com isso, segundo o Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), a tendência é a criação dos chamados ‘restaurantes ou cozinhas fantasmas’, do inglês dark kitchens. Trata-se de estabelecimentos sem loja, onde os clientes podem retirar o pedido ou pedir por aplicativos de entrega. O conceito já é popular em outros países.

A vantagem do formato é que vários restaurantes podem operar na mesma cozinha, semelhante ao coworking, já difundido em empresas de outros setores. Assim, há redução de despesas e custos operacionais. Outro fator é que estes estabelecimentos não precisam se preocupar com a localização da mesma maneira que um restaurante físico, ou seja, podem se instalar em áreas cujo aluguel é mais baixo e os espaços, menores.

“Este serviço está atraindo donos de restaurantes que estão deixando os estabelecimentos tradicionais de tijolo e argamassa, concentrando-se apenas na entrega”, explicou o presidente licenciado do Sehal, Beto Moreira. O dirigente destacou que, embora o formato seja diferente, o processo de regularização deve ser o mesmo, tais como contrato social, CNPJ (Cadastro Nacional Pessoa Jurídica), funcionários devidamente registrados, acompanhamento sanitário, recolhimento de impostos, alvará de funcionamento e registro na Previdência.

Conforme o Diário publicou, a estimativa do Sehal é que os restaurantes estejam trabalhando com a capacidade pela metade na pandemia, já que a demanda para delivery e retirada não se iguala às atividades de épocas normais.




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