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CDs resgatam glamour da MPB
Por Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
07/04/2001 | 14:49
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O glamour está de volta. Com sua nova série BIS, a EMI coloca nas prateleiras a coleção Cantores do Rádio, com 25 CDs duplos dos principais representantes da chamada era de ouro da música popular brasileira. Os álbuns podem ser adquiridos separadamente, ao preço médio de R$ 15 cada.

Rendendo justas homenagens a alguns artistas, e cometendo injustiças com outros, a série inclui o trabalho de 13 cantores e de dez cantoras, além de duas coletâneas. Boa parte das músicas sai pela primeira vez no formato CD.

Do lado dos homens, destacam-se cantores até hoje comentados ou regravados, como o Rei da Voz Francisco Alves, além de Orlando Silva, Carlos Galhardo, Tito Madi, Sylvio Caldas e o chansonnier Ivon Curi.

Sucessos desses cantores não faltam. Francisco Alves, por exemplo, tem registros inéditos de hits como A Lapa, Maior é Deus, Vaidosa e Isaura. Indispensável, o eterno sucesso Chove Lá Fora entrou no repertório de Tito Madi, que também inclui, entre outras, Duas Contas e Menina Moça. E, de Sylvio Caldas, foram incluídas Chão de Estrelas e Pastorinhas.

Também tiveram seus próprios CDs os cantores Alcides Gerardi, Augusto Calheiros, Carlos Augusto, Francisco Egydio, Gastão Formenti, Gilberto Alves e Roberto Silva.

Rainhas – Do lado das mulheres, a coleção é igualmente atraente. Alguns nomes obrigatórios foram justamente inseridos na série, como Isaura Garcia, Dyrcinha Batista, Dalva de Andrade e Marlene. Tem até o curioso registro de Hebe Camargo, que foi uma boa cantora do rádio bem antes de entrevistar “gracinhas” no sofá. Restou espaço, ainda, para representantes mais “recentes”, como a eterna Sapoti Angela Maria, Elizeth Cardoso e Maysa. Há CDs, também, de Carmen Costa e Morgana.

E é do lado das mulheres que aparecem as maiores injustiças. Marlene, por exemplo, reina sozinha, enquanto o trabalho de sua rival Emilinha Borba foi simplesmente esquecido. Dyrcinha Batista também “faz mais cartaz” que a irmã Linda Batista, limitada a uma música na coletânea, Bis, Maestro Bis. Carmen Miranda aparece com uma única canção: Adeus Batucada, também da coletânea. De Aracy de Almeida, que ficou sem seu álbum, restaram duas faixas no mesmo disco em que está Carmen: Saindo do Caminho e Não Me Diga Adeus.

Entre outros “pecadilhos”, a série deixa de colocar informações sobre seus cantores nos respectivos encartes – tudo em nome da redução dos custos. O som também está um pouco baixo. Mas, de maneira geral, vale a pena conferir a série, independente da idade do ouvinte. Até porque existem registros bem curiosos, como o Xote das Meninas, que Ivon Curi gravou bem antes de Marisa Monte pensar em ser cantora. E, mais que isso, é uma forma de reviver um tempo em que cantores realmente cantavam e músicos realmente tocavam. Sem artifícios.




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