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Casos suspeitos de coronavírus ampliam cuidados com idosos

Letalidade pode chegar a 15% para quem tem mais de 80 anos; número de infectados confirmados no Brasil sobe de 25 para 30

Por Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
10/03/2020 | 00:01
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Com o aumento de casos suspeitos do novo coronavírus (Covid-19) no Grande ABC – são pelo menos 16 nas cidades de Santo André (seis), São Bernardo (cinco), São Caetano (três) e Ribeirão Pires (dois) –, os moradores redobram a atenção para se prevenir da doença. Porém, há público que também requer ainda mais cuidados: o dos idosos.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) descobriu por meio de estudo feito pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China – com base em dados coletados até 11 de fevereiro –, que a letalidade do novo vírus chega a 15% nas vítimas com mais de 80 anos. Nos 44.672 casos confirmados no mundo no período, houve 1.023 mortes e entre os pacientes com idade entre 60 e 69 anos, apenas 3,6% vieram a óbito. A taxa de letalidade foi de 8% para quem tinha entre 70 e 79 anos e de 15% para pacientes com mais de 80 anos.

O Diário percorreu algumas unidades de saúde ontem e conversou com moradores sobre os cuidados adquiridos diante do cenário. Em São Bernardo, o aposentado Antônio Ferreira, 73 anos, destacou que já sofre com doenças respiratórias e desde que foram identificados suspeitos na região, passou a usar máscaras e álcool gel nas mãos. “Ficamos espertos também com as visitas em casa e quando precisamos vir até o hospital, nunca se sabe quando esse surto pode piorar”, conta Ferreira. 

Também moradora de São Bernardo, a aposentada Lina Ramos, 82, avalia que passou a limpar a casa pelo menos três vezes na semana. “Sempre me preocupei com epidemias desse jeito, chegar em casa lavar bem as mãos, usar álcool, tossir ou respirar com o braço no rosto e atenção em lugares fechados”, observa. 

Em Santo André, a aposentada Adalzira Dionise, 70, destaca que parou de comprar comidas e bebidas em barracas de rua. “Já comprei bastante, mas hoje, evito. Todo cuidado é pouco, ainda mais com nossa imunidade baixa”, finaliza. 

Diante disso, o geriatra e cardiologista Marcelo Freitas aponta que essa faixa etária é mais suscetível aos quadros infecciosos, virais e bacterianos, por conta da decadência imunológica e presença de doenças crônicas, como artrites. “Sugiro a procura da unidade básica aos quadros progressivos de febre, coriza, tosse, cansaço e falta de ar. Mesmo sendo quadro gripal mais simples, para os sintomas com duração maior do que três dias, é fundamental que o idoso procure atendimento”, destaca.

CENÁRIO - O número de casos confirmados de coronavírus no Brasil subiu de 25 para 30. Isso porque a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro informou ontem que mais cinco pessoas testaram positivo para a doença, subindo de três para oito casos no Estado. Dos outros infectados, 16 estão em São Paulo, dois na Bahia, um em Alagoas, um no Espírito Santo, um em Minas Gerais e um no Distrito Federal. Atualmente, são monitorados 930 casos suspeitos e outros 685 já foram descartados.




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