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Ação de ladrão em moto cai 60% em Diadema
Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
08/01/2005 | 17:33
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O número de roubos praticados por ladrões em motocicletas caiu pela metade em Diadema nos últimos oito meses, de acordo com a Polícia Militar. Veículo preferido pela agilidade com que dribla o congestionamento e facilita a fuga, a moto vem perdendo espaço na cena do crime graças aos bloqueios policiais, de acordo com o comando da PM na cidade.

Embora as motocicletas não sejam alvo específico das operações, a ação da PM em Diadema conseguiu reduzir as ocorrências praticadas com o apoio desse tipo de veículo. “Fazemos as operações por toda a cidade. Os bloqueios param tanto as motocicletas como carros e pedestres. E tem dado certo. Os roubos praticados com motocicletas caíram de 50% a 60% desde abril”, afirma o comandante interino do 24º Batalhão da PM, major Carlos Augusto Meyer.

A fiscalização não foi intensificada e sim melhor direcionada. Segundo o comandante, a ação foi baseada nos dados fornecidos pelo Infocrim, sistema de informatização de dados adotado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado há três anos. “Conseguimos levar os bloqueios às regiões onde a incidência de crimes é maior”, explica Meyer.

O major acredita que o trabalho ostensivo dos policiais tenha ajudado também na conscientização dos condutores de motos, que, segundo ele, já não circulam com o veículo irregular. “Os dados mostram que o condutor ficou mais esperto e já não desrespeita tanto o Código Nacional de Trânsito.”

Desde abril, o número de motocicletas autuadas e levadas para o pátio da Prefeitura diminuiu 30%, sem que mais policiais saíssem às ruas para realizar os bloqueios, ainda segundo Meyer. “Antes, chegávamos a autuar em irregularidade 25 motos por dia. Hoje, esse número não passa de 15, e há dias em que pegamos só cinco em toda a cidade, por causa de problemas na documentação ou placas dobradas, por exemplo.”

Apesar de a PM garantir que não intensificou a fiscalização, condutores de moto ouvidos pela reportagem acham que há mais bloqueios em Diadema do que antes. Eles reclamam da arbitrariedade dos policias, que, segundo os relatos ao Diário, são intransigentes e autuam “sem motivo”. Além disso, os motociclistas reclamam da demora para a liberação veículo, mesmo depois de regularizada a situação.

O comandante Meyer pede que qualquer pessoa que se sentir violentada em seus direitos por alguma blitz da PM procure o 24º Batalhão para registrar queixa. “Nossa intenção não é passar a mão na cabeça de ninguém. Mas quem se sentir lesado deve reclamar conosco. O caso será encaminhado ao nosso departamento de justiça e disciplina e devidamente investigado”, garante o major.

Demora – Condutores que tiveram a motocicleta removida para o pátio da Prefeitura reclamaram na sexta-feira da lentidão para conseguir retirar o veículo. A reclamação mais ouvida foi a de que “o delegado sumiu” ou “não tem ninguém para assinar o papel da liberação”. Por isso, as motos que podiam ter sido retiradas na segunda-feira só foram liberadas na sexta. E os proprietários tiveram de pagar mais pelos dias em que o veículo permaneceu retido.

É o caso do motoboy Rone Cleber Borges, que na segunda-feira já havia pago a taxa de R$ 68,70 pela vistoria da moto, apreendida antes do Ano Novo. “Fiz tudo direitinho. Até que fui ao pátio e me disseram que o delegado não tinha assinado ainda a liberação porque estava em férias. E eu tendo que pagar mais por causa da lentidão deles”, protesta o motoboy.

O pátio é administrado pela Prefeitura, que cobra taxa de R$ 23,12 para cada dia em que a moto estiver estacionada no terreno. Apesar de o dinheiro ser embolsado pelo município, é a Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) que autoriza a saída do veículo, assim que o proprietário regulariza a situação. O delegado titular está de férias e só retorna no final do mês.

Em seu lugar, quem assina a liberação dos veículos é o delegado-assistente da Seccional de Diadema, Mitiaki Yamamoto. Ele afirma que nenhum processo está parado na gaveta e que as motocicletas que continuam empacadas no pátio estão ali porque ainda não resolveram a irregularidade que motivou a remoção. “Não há problema nenhum com os despachos. Não existem tantos veículos assim para provocar fila na liberação”, alega.




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