A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) divulgou sexta-feira o resumo das evidências que a levaram a punir a McLaren com a perda dos pontos do Mundial de Construtores e multa de US$ 100 milhões.

Em um documento de 14 páginas, estão expostos trechos de mensagens trocadas entre Nigel Stepney e Mike Coughlan e até os e-mails entre Pedro de la Rosa e Fernando Alonso.

Seguindo a ordem da papelada que a federação mostrou, De la Rosa mandou uma mensagem eletrônica para Coughlan em 21 de março. “Oi, Mike, você sabe a distribuição de peso do carro vermelho? Seria importante para nós saber, assim a gente podia testar no simulador. Já agradecendo, Pedro. PS: Estarei no simulador amanhã”.

Coughlan respondeu ao espanhol. Entretanto, não chegou a ser feito nenhum experimento com a solução que a Ferrari usa. Não contente, De la Rosa, quatro dias depois, foi ao computador novamente para mandar outro e-mail, desta vez para Alonso, sobre o mesmo assunto. “A distribuição de peso deles me surpreende. Não sei se é 100% confiável, mas pelo menos chama atenção”, comentou Fernando.

Pedro voltou a falar ao compatriota, mencionando o delator da Ferrari. “Toda a informação da Ferrari é muito confiável. Vem de Nigel Stepney, o ex-mecânico chefe deles – sei lá que posição ele ocupa agora. É a mesma pessoa que nos falou na Austrália que o Kimi ia parar na volta 18. Ele é muito amigo de Mike Coughlan, nosso projetista-chefe, e contou isso para ele.”

Além disso, há conversas entre os pilotos que remetem a asas flexíveis, equilíbrio aerodinâmico, sistema de freios e estratégia de paradas da Ferrari.

Para o Conselho, os pilotos não devem ser responsabilizados pela troca de informações, atribuindo culpa a Coughlan. Destaca-se, também, a conclusão de que “algum grau de vantagem foi obtido, embora seja impossível quantificá-la em termos concretos”.