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Maravilha Suíça
Por Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
06/08/2009 | 07:00
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Divulgação


Dia 21, o ex-diretor da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), Federico Mayor, presidente do comitê de especialistas da organização New Seven Wonders of Nature, divulgou os 28 destinos do mundo que concorrem a um posto na lista das Novas Sete Maravilhas da Natureza. O anúncio foi feito em Zurique, na Suíça, e rendeu uma alegria ao país: o Monte Matterhorn, no cantão do Valais, aparece entre os finalistas.

A grandiosidade dos números faz jus ao favoritismo. Com 4.478 metros de altura, o Matterhorn é a maior montanha do país e um dos principais cartões-postais suíços. Suas estações de esqui atraem milhares de turistas ao pequeno povoado de Zermatt, de apenas 5.800 habitantes, durante os meses mais frios do ano, quando a região vira uma espécie de parque de diversões para praticantes de esqui, snowboard, cross country, paragliding e patinação no gelo. Na temporada de 2007/2008, de novembro a abril, foram registrados 2 milhões de pernoites - 1,3 milhão em hotéis e 645 mil em pensões, casas de férias e campings.

No ano passado, a crise internacional freou um pouco as visitas, mas não impediu que um número cada vez maior de brasileiros conhecesse o país. De acordo com o Switzerland Tourism (agência oficial do governo, que atua no Brasil a partir do Consulado Geral da Suíça em São Paulo), o ano de 2008 encerrou com um balanço positivo de 6,2% no fluxo de turistas brasileiros e a hotelaria suíça registrou aumento de 11% no número de pernoites em relação ao ano anterior. "Ao todo, 59.662 brasileiros fizeram turismo na Suíça", diz a gerente de mercado da agência, Gisele Sarbach.

E é justamente em Zermatt que a essência do esqui e dos famosos Alpes suíços se revela. Deslizar entre as geleiras levemente azuladas da cadeia montanhosa, respirando o vento puro e cortante ao longo dos quase 320 quilômetros de trilhas sinalizadas é mesmo uma experiência sem-igual.

Gôndolas, teleféricos, trens (Gornergratbahn) e funiculares (Alpen-Metro) levam os visitantes até o topo do onipresente Matterhorn, garantindo acesso até para quem deseja cruzar a fronteira com a Itália esquiando. Basta descer pela geleira Theodul - tão alta que nunca derrete, permitindo praticar o esporte o ano todo - e depois deslizar Platô Rosa abaixo rumo à Itália, livre de qualquer vigilância.

Quem prefere ficar em solo suíço não pode deixar de subir até o pico Klein Matterhorn - o ponto máximo da estação, com 3.885 metros de altura - para vislumbrar a paisagem a partir do mirante mais alto da Europa e contemplar o instigante Ice Pavilion, espécie de galeria de esculturas de gelo abrigada dentro de túneis escavados na própria geleira. A iluminação cênica reforça o clima de mistério dos ambientes e um sistema de gôndolas leva os turistas sem esquis até lá.

HISTÓRIA - Além da combinação de neve, esquis e vistas de tirar o fôlego, o turista que visita Zermatt ainda tem a oportunidade de conferir a rica história da região, desde o lendário acidente fatal de alpinismo que colocou um fim à primeira escalada bem-sucedida do Matterhorn e cristalizou a fama da cidade até o charme da vila de hoje, farta em hotéis classudos, restaurantes chiquérrimos, lojas de relógios de luxo, pubs, galerias de arte e celebridades internacionais arriscando uma ou outra manobra sobre um par de esquis. A discrição em relação aos famosos, no entanto, é quase tão absoluta quanto a dos bancos de Zurique ou Genebra.

Resquícios da história também estão presentes na Praça Kirchplatz, que abriga uma reprodução da montanha em vidro tridimensional, o Museu Matterhorn e uma aldeia que está sendo escavada por arqueólogos, revelando machados de pedra neolíticos e até a corda que se rompeu no cume do monte levando os quatro alpinistas à morte.




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