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Após seis anos, Mauá dá passo para construção de terminais de ônibus

Projeto, anunciado em 2013, promete erguer dois equipamentos, nos Jardins Itapark e Zaíra

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
13/11/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A Prefeitura de Mauá publicou no Diário Oficial concorrência pública para construção e reforma dos terminais de ônibus Itapark, Jardim Itapeva e Jardim Zaíra. A abertura dos envelopes está prevista para 12 de dezembro. Prometidos desde 2013, os equipamentos integram plano de mobilidade e contam com recursos do governo federal da ordem de R$ 33 milhões, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade. Para as três obras, o valor estimado é de cerca de R$ 15,893 milhões. O plano contempla, ainda, corredores de ônibus.

O prefeito Atila Jacomussi (PSB) chegou a assinar, em março do ano passado, ordem de serviço para as obras, mas nada saiu do papel. Segundo a administração, o projeto está em fase de relicitação e o trâmite precisou ser refeito porque a empresa que havia ganhado o certame anterior pediu a rescisão do contrato. “A Caixa liberou o desmembramento da licitação e os corredores e os terminais terão licitações separadas”, explicou, em nota, a Prefeitura. De acordo com o edital, o prazo de conclusão das intervenções é de 18 meses, a partir da ordem de serviço.

Entre os usuários, a expectativa pelas intervenções é grande, especialmente no Jardim Itapark. Na localidade, o atual terminal é uma faixa de terra, sem qualquer tipo de proteção ou sinalização. A auxiliar de educação infantil Thalita Nascimento, 25 anos, afirmou que a construção de equipamento no local é importante. “Não tem onde a gente sentar, se abrigar do sol, da chuva. O ponto de parada quase não tem identificação, é uma situação muito precária”, reclamou. A construção do novo terminal está orçada em R$ 7,37 milhões. Já a parada do Jardim Zaíra custará R$ 4,25 milhões.

Os passageiros que utilizam diariamente o terminal Itapeva, que vai passar por revitalização, estimada em R$ 4,262 milhões, cobram diferentes melhorias. O pintor Wellington de Oliveira, 31, pediu ampliação do equipamento, que em horários de pico fica cheio. A doméstica Joselinda do Carmo Souza, 67, se queixou da falta de faixa de pedestres para atravessar entre as três plataformas. 

Outra reclamação comum entre os usuários é a falta de integração para quem desembarca na parada Itapeva e precisa pegar outra linha. Se o passageiro não tiver o cartão SIM, terá que pagar nova tarifa. “A gente deveria ter o direito de embarcar no ônibus sem pagar novamente, já que não tem uma linha direta”, afirmou a podóloga Ines Limeira, 54. A Prefeitura não respondeu aos questionamentos sobre a integração até o fechamento desta edição. 

Gestão do sistema municipal de transporte segue com monopólio

Embora o prefeito Atila Jacomussi (PSB) tenha prometido durante a campanha eleitoral de 2016 o fim do monopólio na gestão do sistema de transporte municipal em Mauá, a Suzantur segue como a única empresa responsável pelo serviço. A situação afeta a qualidade do serviço prestado, conforme a população. 

Logo nos primeiros meses do governo Atila, em 2017, a administração engavetou projeto anunciado em 2013 – na gestão Donisete Braga (PT) –, a criação da MauáTrans. Considerada instrumento para colocar em prática a integração do Bilhete Único e a gratuidade do sistema aos domingos e feriados, a autarquia foi deixada de lado quando a Câmara aprovou reforma administrativa que criou a Secretaria de Transportes, antes atrelada à Secretaria de Mobilidade Urbana.

Ao mesmo tempo em que abrandou o discurso contra o monopólio, o prefeito passou a defender maior fiscalização da empresa que opera o sistema, sem que isso, de fato, ocorresse.

Suzantur admite operar frota em desconformidade com o contrato

A empresa responsável pelo monopólio do transporte municipal em Mauá, a Suzantur, opera em desconformidade com o contrato assinado em 2014. A frota da cidade, que deveria ter 248 veículos zero-quilômetro, circula com apenas 223. O resultado são viagens lotadas e alto tempo de espera dos passageiros, especialmente aos fins de semana.

Apesar de recorrentes reclamações dos usuários e denúncias do Diário, a Prefeitura de Mauá segue fazendo vista grossa ao descumprimento da cláusula contratual. Recentemente, quando voltou ao comando da cidade por força de liminar do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que anulou o impeachment aprovado pela Câmara Municipal, em abril, Atila declarou ao Diário que iria cobrar o cumprimento integral do contrato.

Parlamentares da cidade protocolaram, na segunda-feira, recurso no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) para reverter a rejeição de pedido de liminar para que a Câmara instaure a CPI da Suzantur e investigue a situação.




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