Vereadores do Grande ABC articulam a criação de uma câmara regional com o objetivo de fortalecer a cobrança de demandas do Grande ABC junto ao governo do Estado e à União. O pontapé inicial foi a instituição da frente de vereadores que debatem o futuro da Linha-18 Bronze do Metrô, que ligaria a região à Capital. Entusiastas da ideia admitem que o plano ainda é embrionário. Porém, vislumbram capacidade de crescimento.

Eleito presidente da frente de vereadores pró-Linha-18, o vereador Fábio Lopes (Cidadania), de Santo André, é um dos principais articuladores da câmara regional. Lopes acredita que o prédio do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, no Centro de Santo André, poderia receber os encontros dos parlamentares – ele não descartou a possibilidade de se criar sede própria caso a ideia prospere entre os vereadores.

“Em uma das reuniões (da frente de vereadores) verificamos a possibilidade de criar a câmara regional. De ter algo maior, da mesma forma do Consórcio de prefeitos, para decidirmos questões relevantes para o Grande ABC”, explicou Lopes.

A ideia não é novidade na região. Em 2001, políticos das sete cidades instauraram a Câmara Regional do Grande ABC, que contou com a participação de integrantes do governo do Estado, de prefeitos, secretários e de representantes da sociedade civil organizada. O grupo se dissipou meses depois.

Em 2009, o então presidente da Câmara de Mauá, Rogério Santana (ex-PT, atualmente na Rede), idealizou a Frente Parlamentar do Grande ABC, repaginando o plano de quase uma década antes. Assim como aquela câmara, a frente regional não vingou – recebeu críticas até de vereadores que participavam do colegiado.

Os parlamentares que apoiam a iniciativa acreditam que uma câmara regional poderia ser o melhor caminho para cobrar a solução de problemas que as sete cidades têm em comum.

Presidente do Legislativo de Santo André, Pedrinho Botaro (PSDB) disse também ter articulado com vereadores a criação de um Legislativo regional. “Eu vou protocolar um documento para o prefeito Paulo Serra (PSDB, de Santo André, também presidente do Consórcio) com a possibilidade de criar um grupo temático no consórcio. Como ele é o presidente, e com a proximidade que temos, eu fiquei de fazer essa conversa com ele”, apontou. Pedrinho opinou que a solução dos problemas em conjunto só será construída se debatida de forma regional.

O chefe do Legislativo de São Caetano, Pio Mielo (MDB), se disse entusiasmado com a ideia e se colocou à disposição para sua efetividade. Para Pio, a câmara regional poderia ter papel importante nas tratativas de assuntos importantes para as sete cidades, como a Linha 18-Bronze. “As câmaras poderiam se posicionar em uma única voz, no sentido de fortalecer o Parlamento das região e viabilizar ações de caráter regional.”