Conhecer o público antes de oferecer um serviço é fator fundamental para qualquer negócio prosperar. Após trabalhar por anos em editora de revistas, o palmeirense Clóvis Roberto Saquelli, 58, transformou a paixão em negócio e há 25 anos mantém a banca Saquelli na Rua Itapura, 128, na Vila Alpina, em Santo André.

Após vender o carro e juntar o dinheiro ao valor de indenização que tinha guardado, nem as oscilações do dólar e os quatro meses de negociação impediram o jornaleiro de comprar a banca em 1992. Conhecido por quem circula pelo bairro, Clóvis considera que a persistência é fator fundamental para manter uma banca de jornal em tempos de internet. “Na verdade, sinto-me muito bem como jornaleiro. No começo, até achava estranho, mas depois peguei gosto mesmo. Acho que vou sentir falta quando sair daqui”, considera.

Saquelli vende de tudo um pouco. Armações de óculos, revistas, jornais, DVDs, CDs, fitas adesivas, serviço de fax e créditos para celular dividem o espaço com máquina copiadora e miniaturas de carros para colecionadores. “Graças a Deus tenho uma boa clientela, a gente vai mantendo porque quando acaba uma coleção você deixa outra engatilhada. Conheço muito o meu público, sou patrimônio do bairro, todo mundo me conhece aqui”, brinca.

Quando o Palmeiras ganha, ninguém passa por ali. Quando perde, toda a clientela vai até a Banca Saquelli apenas para comprar o jornal e fazer piadas com Clóvis. “Tem pessoas que falam que sou psicólogo. Elas vêm somente para matar a saudade ou conversar alguma coisa. O pessoal vem aqui apenas para trocar ideia de manhã, antes de ir trabalhar, e também durante o dia”, conta ele, a respeito da rotina, que de segunda a sexta-feira vai das 6h às 19h30; de sábado, das 6h às 18h; e aos domingos, das 6h às 14h.