Política Titulo Corte de comissionados
Após impasses, Câmara de Mauá aprova reforma administrativa tímida

Projeto preserva 93 cargos, em comparação com proposta de Donisete

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
12/04/2017 | 07:00
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Após três meses de impasses, a Câmara de Mauá avalizou ontem, em primeiro turno, reforma administrativa enviada pelo governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB). Em comparação com o projeto elaborado pela gestão do antecessor, o ex-prefeito Donisete Braga (PT), a medida do Paço corta menos cargos comissionados, preservando 93 vagas destinadas a apadrinhados políticos.

A proposta enviada à Casa ainda no ano passado previa o corte de pelo menos 412 cargos destinados à livre nomeação, entre postos comissionados e funções gratificadas. O texto formulado pela gestão Atila extingue, ao todo, 319 cargos. Desse total, serão cortados 76 apadrinhados e 240 gratificados.

A reforma administrativa foi votada ontem às pressas. O projeto só chegou na Casa na segunda-feira à tarde. Alguns dos vereadores chegaram a admitir ao Diário que sequer leram a medida.

Secretário de Governo, João Gaspar (PCdoB) confirmou que o projeto foi entregue ao Legislativo nesta semana, mas negou que o Paço tenha exigido celeridade para a apreciação na Casa. “A Câmara que estabeleceu (o andamento da votação). Para nós, evidentemente, que é importante (votar o quanto antes) porque temos uma etapa de transição”, pontuou.

A reestruturação foi motivo de divergências entre Atila e Donisete durante a transição de governo, no ano passado. O petista postergou o envio do projeto e só deixou para encaminhar ao Legislativo depois da eleição, em novembro. Para impedir que os cortes afetassem a indicação de aliados, o socialista conseguiu convencer os parlamentares a segurarem a votação do texto.

Os cortes de comissionados foram determinados pela Justiça e o governo mauense tem até o mês que vem para concretizar as mudanças na máquina.

A reforma enviada por Atila também aumenta das atuais 21 para 22 secretarias. A proposta prevê a extinção da Pasta de Comunicação, mas em contrapartida cria mais duas, desmembrando o setores de Cultura e Esportes e de Trânsito e Mobilidade Urbana.

Outra alteração é a reserva de cargos comissionados para ocupação por servidores. A proposta elaborada pelo governo petista destinava 30% das funções de livre nomeação para servidores de carreira. O texto de Atila reduz esse percentual para 20%. O oposicionista Marcelo Oliveira (PT) apresentou emenda ao projeto mantendo esse índice, porém o requerimento foi rejeitado pelos governistas. 




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