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Inadimplência sobe 0,3% e tendência é de mais altas
Soraia Abreu Pedroso
Do Diário do Grande ABC
17/03/2011 | 07:10
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As empresas e os consumidores brasileiros devem ficar mais endividados nos próximos seis meses. Isso é o que aponta o índice de perspectiva da inadimplência realizado pela Serasa Experian.

O indicador de janeiro mostra alta de 0,3% no não pagamento das contas das companhias, atingindo patamar de 86,1 - até o 100 significa que a situação ainda está sob controle e acima disso implica estado grave, com descontrole das contas. Esse foi o primeiro crescimento após 20 meses consecutivos de reduções. Isso significa que, após um semestre tranquilo, em junho os negócios deverão estar no negativo.

"Essa longa trajetória de queda vinha mostrando a melhora gradativa das empresas. Porém, com a alta, o indicador sinaliza que daqui para frente pode haver crescimento da inadimplência. Afinal, o cenário econômico não é tão benigno como ao longo de 2010 e no segundo semestre de 2009", aponta o gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Os juros altos, o arrocho do crédito, a valorização do real frente ao dólar, a não recuperação total da economia mundial e o preço do petróleo em alta compõem situação não muito convidativa para manter as contas em dia.

Para os consumidores, o contexto é um pouco diferente. No indicador de janeiro, foi apontada expansão de 2,1% no endividamento, atingindo o nível de 95,4. Esse já é o sexto avanço consecutivo. Em outras palavras, a inadimplência começa em janeiro e deve seguir aumentando até junho.

"Nos últimos meses houve excesso de endividamento por conta da melhora no emprego e do aumento da renda. Só que os salários não cresceram na mesma magnitude das dívidas", justifica Rabi.

Neste ano, a inflação em alta está corroendo o poder de compra. Está mais caro até para se endividar, já que os empréstimos, controlados, estão com juros mais altos.

Questionado sobre a diferença do impacto da inadimplência nas companhias e nos consumidores, o gerente de indicadores da Serasa explica que os financiamentos foram liberados em momentos diferentes. "O crédito para as empresas demorou para ser reestabelecido após a crise financeira. Mesmo durante, a restrição era maior à pessoa jurídica. Já o empréstimo para pessoa física foi retomado mais rápido, até mesmo como forma de estímulo à economia por meio do incentivo ao consumo", diz Rabi.




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