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Advogado conta como PCC tomou casa de empresário
Por Artur Rodrigues
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
16/12/2006 | 00:39
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O PCC tomou a casa de um empresário de Santo André. É o que revela conversa telefônica do advogado de Gildásio Siqueira Santos, Umberto de Almeida Oliveira. Ele conta como seu cliente, acusado de pertencer à facção, fez para enganar um empresário de Santo André em uma transação imobiliária. Assim como Gildásio, Umberto foi indiciado por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, acusado de integrar a máfia que lava dinheiro do PCC por meio de postos de gasolina.

Umberto relata ao também advogado e ex-vereador da Capital, José Izar, que, depois de receber o pagamento por uma casa, Gildásio disse que não recebeu nada, entrou com uma liminar de reintegração de posse e ganhou, graças a uma ‘juíza amiga’.

O empresário Douglas Martins do Prado é a vítima do golpe. A casa em questão lhe custou R$ 600 mil, valor pago com bens, cheques e transferências bancárias. A juíza Maria Eugênia Pires, da 1ª Vara de Mauá, julgou que Douglas não conseguiu comprovar o pagamento. A juíza foi denunciada por Douglas à Procuradoria-Geral do Estado e ao Tribunal de Justiça. A representação contra Maria Eugênia Pires e a colega de comarca, Ida Inês Del Cid, está sendo analisada pelo desembargador Souza Lima, do Órgão Especial do TJ. O magistrado anexou outra denúncia – o TJ não especificou contra qual das duas juízas –, que já havia sido arquivada ao processo. As duas negam qualquer relação com o crime organizado. Maria Eugênia frisa ainda que o Tribunal de Justiça manteve sua decisão.

A casa teria sido repassada ao PCC, como parte de pagamento de uma dívida de Gildásio com Wilson Roberto Cuba, o Rabugento, detento acusado de chefiar o esquema. O vice-presidente da Associação Comercial de Mauá, Sidnei Garcia, em telefonema monitorado, reforça a tese e diz que a casa agora é “comprada do PCC”.

ADVOGADO

Ao Diário, Umberto alegou na semana passada que só fez seu trabalho de advogado de Gildásio. Mas, pelo monitoramento telefônico feito desde junho, nota-se que sua função na quadrilha que lava dinheiro do PCC ultrapassa os limites da relação cliente-advogado. Umberto é acusado pela polícia de arrebanhar laranjas, pessoas pobres que têm postos de gasolina registrados em seus nomes.

O Diário não localizou Umberto ontem. A Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) não quis comentar o caso.




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