Dizem que o futebol é capaz de milagres e ontem um ato na Capital foi prova disso. Torcedores organizados de seis dos mais vencedores e tradicionais clubes do Estado se reuniram ontem em frente ao Estádio do Pacaembu, na Praça Charles Miller, para prestar homenagem aos jogadores, integrantes da comissão técnica, dirigentes e convidados da Chapecoense, além de jornalistas, que estavam no avião que os levava à Colômbia para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, contra o Nacional de Medellín, e caiu pouco antes do pouso.

Na praça que leva justamente o nome do inglês que trouxe o esporte ao Brasil, cena rara: palmeirenses, corintianos, são-paulinos, santistas, andreenses e piracicabanos lado a lado, gritando juntos “vamos, vamos Chape!”, canto que ecoou pelo mundo desde a semana passada em tributo aos catarinenses.
Integrantes das uniformizadas Gaviões da Fiel e Camisa 12 (Corinthians), Mancha Alviverde (Palmeiras), Dragões da Real e Independente (São Paulo), Jovem (Santos), Esquadrão do XV (XV de Piracicaba) e Esquadrão Andreense (Santo André) estiveram presentes ao encontro improvável, mas que teve o intuito de mostrar o lado humano das organizadas.

“Dia histórico. Nunca vi nada parecido. Foi muito legal, clima de amizade. Pudemos mostrar para São Paulo que as organizadas merecem respeito. Não tem apenas vagabundo, mas pessoas trabalhadoras e solidárias”, destacou o presidente da Esquadrão Andreense, Fernando Noé.

De acordo com ele, as torcidas que integram a Anatorg (Associação Nacional de Torcidas Organizadas) combinaram, sem compromisso, pelas redes sociais. “Fomos por livre e espontânea vontade e, principalmente, por solidariedade a dois personagens que representaram a história do Santo André, que foram o Cocada e o Gil.”