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Prédio pode 'engolir' nascente no Baeta
Por Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
22/06/2010 | 07:04
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A construção de conjunto de prédios no mesmo terreno onde funcionava tradicional bica de água mineral no bairro Baeta Neves, em São Bernardo, tem motivado protestos por parte de ambientalistas e defensores do patrimônio histórico. Especialistas acreditam que o empreendimento traz prejuízos à cidade.

A ambientalista e presidente da ONG Chácara Baronesa Vera Rotondo questiona a permissão para aterrar o que acredita ser uma nascente d'água na área da na Rua Dona Julia César Ferreira.

"Há laudo de um geógrafo que comprova a existência da nascente. Não quero interferir na obra, mas poderia ser feita readequação do projeto", defendeu.

De acordo com o Departamento Estadual da Proteção de Recursos Naturais, constatou-se haver "fortes indícios" de que o afloramento não é natural, e sim fruto de perfuração. No entanto, recomenda que sejam ouvidos o DNPM (Departamento Nacional de Proteção Mineral) e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para garantir que não se trata de área de preservação permanente.

Segundo a Prefeitura de São Bernardo, a exploração da bica teve início na década de 1940. Em 1993, o DAE (Departamento de Água e Esgoto) proibiu a captação de água no local, depois de detectar focos de contaminação.

Além da questão ambiental, outro ponto polêmico é quanto ao painel da antiga fonte, tombado pelo Compahc (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de São Bernardo).

A Prefeitura afirma que a estrutura será preservada e que o conselho aprovou a realização do empreendimento, em 2000. Após o término da obra, a área tombada, de aproximadamente 60 metros quadrados, passará ao poder público por meio de doação, conforme termo assumido entre a administração e proprietário.

O presidente Associação Viva Bem São Bernardo, Rogério Zacarias tem dúvidas sobre a conservação. Segundo ele, o painel da fonte já foi trocado de posição "Era mais no ao centro do terreno, e há quase dois anos foi demolido e construído no local atual", sustentou o presidente. A Prefeitura confirma que o conselho autorizou o deslocamento do painel original para o local atual.

O Diário entrou em contato com a Enplanta Engenharia, responsável pela obra, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.




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