Nacional Titulo
Brasileiros consomem alto teor de açúcar e poucas frutas e hortaliças
Do Diário OnLine
Com Agências
16/12/2004 | 10:51
Compartilhar notícia


A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que, em geral, as famílias brasileiras consomem muitos alimentos com alto teor de açúcar, principalmente refrigerantes, e poucas quantidades de frutas e hortaliças. Em termos de quantidades de calorias consumidas, a média diária per capita brasileira (1811,18 kcal) ficou abaixo do valor médio de necessidade energética estimado pela FAO (Organização para a Alimentação e Agricultura) para o Brasil, que é 2300 kcal.

O estudo mostra que os percentuais de calorias provenientes de carboidratos (59,6%), proteínas (12,8%) e lipídios (27,6%) ingeridos pelos brasileiros estão dentro dos padrões nutricionais recomendados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) — entre 55% e 75% de carboidratos; entre 10% e 15% de proteínas e entre 15% e 30% de lipídios. Nos carboidratos, o desequilíbrio está associado à quantidade de açúcar (sacarose) ingerida: 13,7%, quando o recomendado é de no máximo 10%. Entre as proteínas, destaca-se o consumo superior a 50% de proteínas animais, que possuem maior valor biológico.

O rendimento familiar é determinante na disponibilidade de alimentos nos domicílios

Os resultados apresentados demonstram que os diferentes níveis de rendimento familiar são determinantes para a aquisição da maioria dos alimentos no país.

Alguns alimentos se destacam na relação com os rendimentos, como o arroz, cujo consumo cai na medida em que aumenta a renda das famílias. O contrário acontece com pães e biscoitos, cuja participação na dieta tende a aumentar com o aumento dos rendimentos.

Também apresentam padrões distintos de relação com os rendimentos o grupo açúcar e refrigerantes.

No caso do açúcar, há um aumento ligeiro nas famílias com os rendimentos até um salário mínimo per capita e depois um forte declínio. Na classe de mais alto rendimento, por exemplo, o consumo de açúcar é 50% inferior ao observado na menor. No caso dos refrigerantes, há um aumento intenso e contínuo nas classes de renda mais ricas, de modo que a participação na dieta é cinco vezes maior nas faixas de maiores rendimentos.

Em relação aos macronutrientes, os resultados mostram que famílias que ganham mais tendem a consumir um maior teor de gorduras e menor de carboidratos. No caso dos carboidratos, o percentual recomendado pela OMS (55%) não é atingido pelas famílias com rendimentos superior a cinco salários mínimos, com o agravante de que cerca de um quinto (ou 11%) correspondem a açúcar.

No caso das gorduras, observou-se que o limite máximo de 30% das calorias totais é ultrapassado nas famílias com renda acima de dois salários mínimos mensal familiar per capita. As gorduras saturadas tendem a aumentar ainda mais intensamente com o rendimento do que as demais gorduras, sendo que o limite máximo para este componente da dieta (10% das calorias totais) é virtualmente alcançado pelas famílias que ganham entre dois e cinco salários mínimos (9,7%) e ultrapassado entre os que ganham mais de cinco salários-mínimos per capita (11,2% das calorias totais).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;