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Irã iniciará etapa industrial de enriquecimento de urânio em fevereiro
Por Da AFP
26/12/2006 | 11:59
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O Irã anunciou que em fevereiro iniciará a primeira etapa da produção de combustível nuclear para satisfazer suas necessidades industriais, mantendo sua postura desafiante frente ao Conselho de Segurança da ONU, que exigiu que a nação islâmica suspenda o enriquecimento de urânio.

"Durante a década do Fajr (os primeiros dez dias de fevereiro, celebrando a vitória da Revolução Islâmica em 1979), começará a primeira fase de produção de combustível nuclear para as necessidades industriais", declarou nesta terça-feira o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Mehdi Mostafavi.

O Irã assegura que suas atividades de enriquecimento de urânio, iniciadas no segundo trimestre deste ano em Natanz (centro) em nível baixo, têm somente fins civis para a produção de eletricidade.

O chanceler iraniano, Manucher Mottaki, declarou nesta terça-feira em uma sessão do Parlamento a portas fechadas que o Irã preparou a entrada em funcionamento de 3.000 centrífugas e que em pouco tempo esta notícia seria anunciada publicamente, informou o deputado conservador Ali Asgari, citado pelas agências Fars e Mehr.

Perguntado a respeito da data em que começarão a funcionar as novas centrífugas, Mohamed Saidi, vice-presidente da Organização Iraniana de Energia Atômica (OIEA), declarou após a sessão do Parlamento que "será realizada de acordo com o programa anunciado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

"O Irã não precisa da autorização da Agência para pôr em funcionamento as novas centrífugas", esclareceu.

O Conselho de Segurança da ONU adotou no sábado uma nova resolução que impõe sanções ao programa nuclear e balístico do Irã após sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio antes do dia 31 de agosto, como havia solicitado uma resolução anterior.

Nas últimas semanas, o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, declarou várias vezes que o Irã organizaria em fevereiro "a grande festa da nuclearização do país".

Ahmadinejad afirmou que o país queria aumentar o nível de enriquecimento de urânio a uma escala industrial para permitir a produção de combustíveis nucleares, enquanto Washington suspeita que Teerã fabrique secretamente armas atômicas.

Por outro lado, Saidi acrescentou que o governo não tinha planos de "abandonar o Tratado de Não Proliferação" nuclear (TNP).

O Parlamento iraniano começou nesta terça-feira a estudar uma lei que obriga o governo a revisar a cooperação com a AIEA depois das sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Alguns deputados exigiram uma lei mais dura, em particular para que o Irã abandone o TNP e proiba a presença de inspetores da AIEA em território nacional.

A legislação atual pede que o governo revise a cooperação entre o Irã e a AIEA, mas lhe dá liberdade para tomar uma decisão.




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