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Lula se reúne com ministros indicados em Brasília
Por Do Diário OnLine
27/12/2002 | 16:16
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O futuro ministro da Fazenda e coordenador da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Antonio Palocci, abriu, por volta das 15h30 desta sexta-feira, a primeira reunião ministerial do próximo governo. O encontro, que acontece no Centro de Treinamento do Banco do Brasil em Brasília, teve sua primeira parte aberta à imprensa, com a leitura do relatório. Participam de uma segunda conversa, além dos futuros ministros, os cinco secretários de Estado escolhidos por Lula.

Como já era previsto, a conclusão principal se refere à necessidade da retomada do desenvolvimento social no Brasil, viés que permeou a campanha e está sempre presente nos discursos e projetos do governo de Lula. Citando pesquisas do IBGE, Palocci lembrou que há mais de 60 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.

Também foi dada ênfase ao fato de que não serão usadas, em nenhum setor, medidas exóticas ou milagrosas, ou nada que se aproxima de quebras contratuais. Entre os principais objetivos do próximo governo, foram citados itens como a intenção de dobrar a escolaridade dos brasileiros e a mudança urgente no que se refere à reformas da previdência social e tributária.

Segundo o relatório, o Brasil precisa realizar de forma cuidadosa e delicada uma transição para que se retome o crescimento. O texto diz que a intenção de alcançar o número de 5% do PIB não ode ser uma simples meta. "É preciso a colaboração e mobilização social", foi dito, frisando que ambos fatores também são indispensáveis para se concretizar o pacto social.

Contundente, mas não agressivo, quanto às críticas, o relatório dá conta de que a desarticulação é hoje a fonte sistemática de perda de recursos no Brasil. Pelo documento, é questão crucial da discussão o fato do planejamento para um desenvolvimento seguro ter sido esvaziado. Segundo leu Palocci, "o planejamento estratégico vive um prolongado apagão."

Ainda segundo o relatório da equipe de transição, nesses oito anos (de governo de Fernando Henrique Cardoso) o país não alcançou o equilíbrio entre economia e sociedade, já que os projetos sociais dos "últimos tempos" foram todos improvisados. Muito se questionou impróprias políticas econômicas utilizadas, sobretudo acerca da questão do governo, junto com parcela da comunidade internacional, ter iludido a população de que o crescimento econômico resolveria o problema da questão social.

Para justificar o fato das errôneas políticas econômicas adotadas ultimamente, apresentou-se dados como a dívida interna ter passado de 30% do PIB para 60% em oito anos; a dívida imobiliária mais que dobrou nos últimos quatro. Assim, de acordo com o relatório, a situação atual "questiona a importância exacerbada atribuída à estabilidade da moeda e ao controle da inflação".

Chegada - Ao chegar a Brasília, o presidente eleito disse que não irá pedir nada aos ministros na reunião desta tarde. Segundo Lula, os ministros irão ouvir Antonio Palocci e Luiz Gushiken sobre os relatórios preparados pela equipe de transição. Afirmou também que, para o começo de 2003, quer ter se decidido sobre os nomes dos titulares das empresas estatais.

Indagado sobre metas, o petista declarou que não irá fixar metas para os primeiros 100 dias de governo. "As principais foram definidas durante a campanha: a educação e a fome", disse. Lula chegou a Brasília acompanhado da mulher Marisa, do neto Tiago e de um cachorro. Eles trouxeram várias malas e o terno a ser usado pelo presidente no dia da posse.




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