Nem só de belas paisagens vive o Rio de Janeiro. Além dos cenários mais do que cinematográficos, a cidade disponibiliza forte agenda cultural com museus prontos para receber turistas de todas as idades. Diferentes temas e artes se espalham por pontos atrativos que chamam a atenção pelo conteúdo de primeira classe e, até mesmo, pelo formato dos prédios a serem visitados.

Uma das atrações mais recentes é o MAR (Museu de Arte do Rio), aberto desde março de 2013 e um dos pontos responsáveis pelo processo de revitalização da área portuária da cidade, no Centro. As instalações tomam dois prédios localizados na Praça Mauá: o clássico Palacete Dom João VI e o contemporâneo espaço da Escola do Olhar. A mescla entre o antigo e o novo talvez seja um dos maiores charmes do ponto cultural.

Os corredores são tomados por várias linguagens, casos da fotografia, pintura e instalações. Atualmente, um dos destaques do museu é o projeto Do Valongo à Favela: Imaginário e Periferia, com imagens e montagens que recordam a evolução histórica dos atuais bairros da Saúde e da Gamboa pelo ponto de vista da exclusão. Além das exposição, o MAR serve de espaço para atividades diversas, envolvendo desde cursos temáticos até rodas de samba e shows. Aberto de terça a domingo, o museu tem ingressos entre R$ 4 e R$ 8.

A cobertura da Escola do Olhar também disponibiliza ótima opção gastronômica com o restaurante Mauá. No menu há pratos de várias regiões do Brasil e versões bem criativas. O frango envolto com bacon (R$ 58) é um dos destaques. Ainda no alto, detalhe para a bela vista do porto.

ARTE POPULAR
A simplicidade rica de talento do Museu Casa do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, merece atenção. Trata-se de um dos mais significativos espaços de arte popular do País, com cerca de 8.000 trabalhos de 200 artistas, casos de Adalton Fernandes Lopes (Rio de Janeiro), Zé Caboclo (Pernambuco), Noemia (Minas Gerais) e Zezé de Juazeiro (Ceará). Com ingressos entre R$ 5 e R$ 10, a visitação ocorre de terça a domingo, sendo possível agendar visitas em grupos.

O passeio pelos corredores funciona como espécie de viagem no tempo pela história do Brasil, com referência a diversos momentos. Entre as alas estão temas como profissões, ciclo da vida, festas populares, arte erótica e religião. Tudo é fruto de quatro décadas de pesquisa do designer francês Jacques Van de Beuque (1922-2000). Atração à parte, o guia Chico Lá abusa do estilo descontraído para apresentar o museu aos turistas, incluindo muita música no caminho. “É um lugar mais do que especial. Falar da história é um prazer e essas obras são a coisa mais pura do Brasil”, derrete-se o guia.

Rio Scenarium mescla arte e agitação - A icônica Rua do Lavradio, na região da Lapa, serve de base para o projeto Rio Scenarium. São três espaços espalhados pelo endereço: um antiquário, um bar e uma galeria. As atividades ocorrem em prédios construídos no século 19, que foram completamente restaurados pelos sócios Plínio Fróes e Nelson Torzecki – trabalhando juntos há 23 anos. Um quarto pavimento, este mais lúdico e voltado para receber eventos diversos (como casamentos), está nos planos para este ano. “As próprias ruas têm história. Temos de dar continuidade a esse legado. Estamos por aqui há mais de duas décadas e vivenciamos essa revitalização importante”, disse Fróes.

O local destinado para exposições (a Galeria Scenarium) é o mais recente, aberto de maneira completa em outubro. Com entrada franca, é possível participar de debates especiais e conferir exposições diversas. Atualmente, o destaque da agenda é a mostra Azul Cobalto – Azulejos e Memórias, cuja coleção de Torzecki reúne peças que ajudam a contar um pouco dos 450 anos de história do Rio de Janeiro. Já o Scenarium Antique reúne milhares de móveis e objetos de decoração vintage.

São lustres, armários, cadeiras, porta-retratos, vitrines e quadros que chamam a atenção pelo estilo e beleza. Garimpar algo pode levar horas.Mas a grande estrela acaba sendo o restaurante Rio Scenarium, considerado pelo jornal britânico The Guardian um dos dez melhores bares do mundo em 2014. Os três andares são pouco convencionais, com diferentes decorações. Shows de MPB, samba, forró e música pop agitam a programação, principalmente nos fins de semana. Balada cultural diferente do que se espera dos populares bares da Lapa.