D+ Titulo
O céu é o limite para atletas da megarampa
Marcela Munhoz
Do Diário do Grande ABC
26/06/2011 | 07:00
Compartilhar notícia
Divulgação


Tem coragem de descer uma rampa de 31 metros de altura (equivalente a um prédio de cerca de 10 andares) em cima de um pedaço de madeira com quatro rodinhas? Uma galera não só adora fazer isso, como ainda consegue incríveis manobras. São os participantes da megarampa, competição cuja terceira edição vai rolar no sábado e domingo (dias 2 e 3), no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Neste ano, além dos skatistas, os ciclistas também vão curtir essa aventura. Os ingressos já estão esgotados, mas o torneio será exibido pela TV Globo.

O brasileiro Bob Burnquist, 34 anos, está em busca do tricampeonato. Ele treina as manobras no quintal de casa na Califórnia, Estados Unidos, onde construiu uma versão da megarampa. O profissional acredita que o mais difícil não é a descida, mas a segunda rampa (o quarter-pipe), onde o skatista faz a manobra. "É uma parede de 9 metros (onde se desce) a velocidade de 75 km/h, em que é preciso ter tranquilidade e prestar mais atenção."

Com apenas 12 anos, o catarinense Pedro Barros, 16, também já encarou a megarampa da casa do Bob. "Senti medo, mas estava muito confiante. O Bob me orientou bem", conta. Assim como seu mestre, o garoto também acredita que o ponto mais perigoso do trajeto é o quarter-pipe, mas encara o desafio numa boa.

A confiança é tanta que Pedro já desbancou vários profissionais da megarampa em 2009 (foi para a final com Bob) e também mandou bem na edição passada. A tranquilidade continua nesta terceira edição. "Nunca me preparo. Sempre vou para os campeonatos na base da loucura mesmo, sem treino. E desta vez não vai ser diferente. Só tomo cuidado para não cair."

AÍ, COMO DÓI

Cuidado é o que o australiano Jake Brown não teve o suficiente em 2007 durante o X-Games de Los Angeles. Ele despencou de um quarter-pipe de 15 metros de altura quando tentava um giro de 720º (duas voltas completas). Como saldo da queda, Jake teve fígado e pulmão lesionados, além de uma vértebra e vários ossos da mão direita quebrados. Sorte que foi só isso. Quem tiver coragem pode ver o vídeo do australiano no YouTube.

 

E o doido é o físico? - A força da gravidade é a principal responsável pelas manobras na megarampa, segundo o professor Dulcidio Braz, do Física na Veia! (www.fisicanaveia.com.br). "Essa força puxa o skatista para baixo, acelera e faz sua velocidade aumentar continuamente, enquanto ele desce a rampa", explica. Enquanto isso, a força de contato do skate com a pista ‘molda' sua trajetória. Caso contrário, o atleta cairia verticalmente.

Quando a rampa acaba, a alta velocidade faz com que o skatista faça movimento em curva para voltar à pista. A altura máxima atingida em voo vai depender do ângulo de lançamento, o que na megarampa é fixo. Quanto mais alto o ponto inicial, mais velocidade e mais adrenalina no final. Tudo só dá certo se o skatista é experiente, se não está ventando muito e se nenhum objeto ou ninguém entrar na sua frente. "É como se o atleta estivesse em uma moto a 75 km/h. Nessa trajetória, carrega muita energia em movimento." Ou seja, se cair, o acidente será grave! Ficou interessado? Confira explicações mais detalhadas do professor no post http://t.co/HMaz7Tq




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;