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Dilma estuda nomeação de Vecina Neto à Saúde
06/12/2010 | 07:01
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A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), examina o nome do sanitarista Gonzalo Vecina Neto para comandar o Ministério da Saúde. Ele é superintendente corporativo do Hospital Sírio Libanês e foi secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo na gestão de Marta Suplicy, entre 2003 e 2004. Vecina Neto tem, ainda, ligações com o ex-governador José Serra (PSDB), adversário de Dilma na disputa pela Presidência.

Dilma já avisou aos aliados, porém, que o indicado para a Saúde sairá de sua cota pessoal. Isso significa que ela pretende escolher um nome de peso na área médica, sem levar em conta vínculos com o PMDB, que hoje controla o Ministério, ou qualquer outra legenda.

Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Vecina Neto presidiu a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no governo Fernando Henrique Cardoso, de 1999 a 2002. Foi indicado para o cargo por Serra, à época ministro da Saúde. Ele foi ainda secretário nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde de agosto de 1998 a abril de 1999. Tem o perfil de peso que Dilma quer para o ministério.

Na semana passada, Dilma desautorizou o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), depois que ele anunciou Sérgio Côrtes para ministro da Saúde. Cabral acabou por pedir desculpas a Dilma e disse que havia se precipitado ao falar que seu secretário fora convidado.

Na prática, Côrtes foi barrado porque as bancadas do PMDB na Câmara e no Senado não aprovaram a indicação. Até mesmo o vice-presidente eleito, Michel Temer (SP), que comanda o PMDB, não escondeu a contrariedade com a atitude de Cabral. O Ministério da Saúde tem o maior orçamento da Esplanada, com previsão de recursos na faixa de R$ 73 bilhões para 2011.

O PMDB perderá a pasta, mas deverá manter os seis assentos no primeiro escalão. Pelo desenho apresentado por Dilma a Temer, o PMDB terá Minas e Energia e Agricultura, além de Previdência e Turismo. Além disso, o ministro da Defesa, Nelson Jobim - que é filiado ao PMDB, mas integra a cota do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na equipe - será mantido no cargo.

A presidente eleita acertou a indicação de Edison Lobão, que será novamente titular de Minas e Energia, e a permanência de Wagner Rossi na Agricultura. Agora, ela negocia com a cúpula do PMDB os nomes para Previdência e Turismo. O deputado Mendes Ribeiro (RS) é cotado para Turismo. Para a Previdência, a disputa é entre o ex-governador do Amazonas Eduardo Braga e o senador Garibaldi Alves (RN).

Representante do PMDB no programa de governo de Dilma, o ex-diretor da Caixa Econômica Federal (CEF) Wellington Moreira Franco tenta a todo custo uma vaga na equipe e pode ficar com a Secretaria de Assuntos Estratégicos.




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