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Gestão: dois anos de resultados

Administração empresarial do Santo André, de Ronan
Maria Pinto, faz aniversário hoje e festeja conquistas

Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
25/09/2009 | 07:00
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A Gestão Empresarial que administra o Santo André completa hoje dois anos e tem muitos motivos para comemorar. Desde que assumiram, no dia 25 de setembro de 2007, os empresários Ronan Maria Pinto e Romualdo Magro Júnior, hoje respectivamente, presidente e vice (na época, no entanto, ocupavam os cargos opostos), podem celebrar os bons momentos que o Ramalhão viveu e ainda vive.

Desde a fuga do rebaixamento à Série C do Brasileiro em 2007, passando pela conquista da Série A-2 do Paulista e, consequentemente, o retorno à elite estadual, do vice-campeonato no Brasileiro da Série B, chegando à disputa da Série A após 25 anos, o que vê-se são apenas motivos de alegrias. Pelo menos à primeira vista. Porém, por trás disso estão as dificuldades de gerir um clube-empresa.

"São dois anos de muito trabalho, dedicação e conquistas. A gente vem carregando dívidas e dificuldades desde 2007, problemas. 2008 foi um ano desastroso economicamente porque estávamos na Segunda Divisão estadual e nacional, e não há receitas. São muitas coisas para resolver, mas a expectativa é de 2010 ser um ano diferente", observou o presidente Ronan Maria Pinto.

"Temos um balanço positivo dos dois anos em nível de estrutura e resultados. Está longe do ideal, mas melhorou muito. Nossa intenção é elevar o nome da cidade cada vez mais alto", completou o vice Romualdo Júnior.

E a estrutura citada por Romualdo é invejável. A compra e reforma da Estância Santa Luzia, transformando-a em CFT (Centro de Formação e Treinamento) e alavancando o lançamento de jovens no Ramalhão, além das parcerias com o Palestra de São Bernardo - que mantém as gratas revelações em atividade - e com o Cruzeiro - que no ano que vem podem resultar em algo ainda maior -, são exemplos.

"Os objetivos principais da gestão se mantiveram, mas mudamos muito porque crescemos. E o saldo é positivo. Antes era uma utopia pensar em ter um CT (Centro de Treinamento). Temos todas as categorias de base, o que até já acontecia, mas é mais amplo. Temos as parcerias com Palestra e Cruzeiro, além das negociações com clubes da Suécia, Portugal e Japão. Voltamos a ser um celeiro de talentos", exaltou o presidente.

Para dois empresários que vêm de ramos distintos do futebol (Romualdo trabalha na área farmacêutica e Ronan nos transportes), as dificuldades de ingressar e gerir o processo do esporte não foi fácil. Até por isso, ambos consideram alguns erros e acertos.

"Não diria que tivemos erros, mas tentativas de fazer de maneira pensada, sem loucura, com dedicação e carinho. Às vezes contratamos profissionais, atletas, treinadores, que vêm com uma proposta e na hora de realizar não acontece", afirmou Romualdo.

"O presidente é o que mais erra, porque tem maior ação.Sempre disse que não esperava estar neste meio, porque não tinha tempo. Aprendi muito com o futebol como negócio. Só não aprendi a jogar bola. Mas conviver neste mundo do Santo André foi e é muito positivo, e tenho a satisfação, por exemplo, de tirar garotos da favela e trazer para a sociedade. São coisas que emocionam", comentou Ronan.

Aliás, a parceria entre presidente e vice, de acordo com Romualdo, é um dos motivos do sucesso. "Somos cúmplices que buscamos sempre o melhor, uma dupla que se doa pelo Santo André. Mesmo com a inversão de posições, não mudamos a maneira de pensar. Como o Ronan diz, a gente não tem amor ao cargo, mas à responsabilidade que o cargo nos dá", concluiu.

Dirigentes sonham com títulos e afirmação

Em dois anos, o Santo André foi do inferno ao céu no cenário do futebol nacional. No entanto, as pretensões dos administradores da Gestão Empresarial não param por aí.

"O primeiro objetivo é concluir o Centro de Formação e Treinamento, tendo um dos maiores e melhores do País. O segundo de certa forma está ligado ao primeiro, que são as conquistas. Mas sonho mesmo em ser campeão paulista", afirmou o presidente Ronan Maria Pinto.

O vice Romualdo Magro Júnior foi mais comedido quanto às metas. "Sonhamos, mas com os pés no chão. Queremos disputar um título internacional, que hoje seria a Copa Sul-Americana. Mais para frente, brigar para voltar a uma Copa Libertadores da América e a uma Copa do Brasil. Mas queremos cada vez mais colaborar com o Santo André, ocupando o cargo que for e ter condição política para ajudar ainda mais alguém que brigue por melhores condições não só no futebol, mas no esporte em geral", concluiu o dirigente.

Fuga do descenso à Série C é 1ª conquista

Em títulos e conquistas, o saldo dos dois anos de Gestão Empresarial é evidente. A fuga do rebaixamento à Série C em 2007 e os dois acessos consecutivos, à Série A-1 do Paulista (que veio com o título) e à Série A do Brasileiro, em 2008.

"Sem dúvida não cair à Série C em 2007 foi a primeira conquista, porque se o Santo André fosse rebaixado estava fadado a desaparecer. Na base da superação revertemos a situação. A segunda foi ser campeão da A-2 e voltar à elite do Paulista. E a terceira, buscar o acesso à Série A do maior campeonato do mundo, o Brasileiro", comentou o presidente Ronan Maria Pinto.

Para o vice Romualdo Magro Júnior, o Ramalhão tem também o título simbólico de campeão da Série B do ano passado. "É um sabor de campeão. Ser vice do Corinthians e ficar à frente de outros grandes clubes foi sensacional."

Se pudessem sintetizar o período à frente do Santo André, Ronan e Romualdo fariam da seguinte forma. "2007: ano da superação; 2008: ano das conquistas; 2009: ano do aprendizado e da afirmação", comentou o presidente. "2007 era o desafio com o sonho de dias melhores. 2008 foi a missão de trazer o time de volta para a elite paulista e nacional. E 2009 é o sonho realizado com a redenção", emendou o vice-presidente.

SÉRIE A - Depois de 25 anos, o clube voltou à Série A do Brasileiro. E para se manter, a Gestão Empresarial vive o primeiro grande desafio. "O planejamento não é simples. As cotas de TV e publicidade, além da receita de público, não contentam. Se não prestar atenção, está fadado (Santo André)_a não ficar na elite", disse Ronan.

"É um campeonato de alto nível, que exige atletas de maior qualidade e gera mais custo. Não é fácil para os times menores estar na Série A. Mas não é desculpa para estar na zona de rebaixamento", completou o presidente, lembrando da situação da equipe - 17ª colocada, com 25 pontos.




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