Autor do polêmico projeto de lei que proíbe a circulação de ônibus do sistema municipal sem cobrador em Diadema, o vereador José Dourado (PSDB) diz ter garantias do prefeito Lauro Michels (PV) de que sua proposta será votada pela Câmara na quinta-feira.

O texto tramita na Casa desde o ano passado e esteve na pauta dos vereadores há duas semanas, quando o líder do governo no Legislativo, Milton Capel (PV), solicitou adiamento por 15 dias. A justificativa do verde era que Lauro e sua equipe precisariam analisar o conteúdo e comunicar as duas operadoras do sistema de transporte público, a Benfica e a Mobibrasil sobre as mudanças.

"O prefeito me pediu prazo para falar com as empresas e ver o projeto. Dei esse prazo a ele, até porque está chegando agora na Prefeitura. Mas não tem mais motivos para adiar", alega Dourado. O tucano estima ter apoio da maioria dos vereadores em torno de sua propositura.

A discussão sobre o projeto de lei tumultuou o fim da sessão da semana passada, quando parlamentares acusaram assessores da presidência da Casa de debater o texto sem anuência dos vereadores. Vaguinho do Conselho (PSB) e Capel discutiram publicamente com José Carlos Gonçalves, presidente do PR diademense, e com Dario Barbosa, mandatário do PRB municipal, sobre a suposta conversa de ambos com representantes da empresa Mobibrasil. Os dois negaram as suposições.

Há vereadores defensores de abertura de sindicância para apurar a conduta de José Carlos e Dario, mas o presidente da Câmara, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), tem evitado entrar em atrito com seus subordinados.

"Enquanto eu for vereador não haverá assessor discutindo assuntos de exclusividade do vereador. Quem recebeu os votos fomos nós, e não assessor de A ou B. É inadmissível", conta um parlamentar.

Criador do projeto, Dourado também se esquiva ao comentar alguma punição a José Carlos e Dario. "Não quero me envolver nisso. A única coisa que quero ver é meu projeto aprovado."