Economia Titulo Nossas empresas
Ex-motorista vence
no mundo das joias

Há quase 30 anos com comércio em Sto.André,
empresario amplia as vendas em 40% ao ano

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
08/09/2014 | 07:00
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Ari Paleta/DGABC


De cobrador e motorista de ônibus a empresário bem sucedido do ramo das joias e semijoias. Djalma Lima, proprietário de duas lojas no Centro de Santo André em que revende e também fabrica brincos, pulseiras, pingentes, anéis e outros acessórios em prata e folheados, trilhou esse caminho, hoje vê suas vendas crescerem em torno de 30% a 40% ao ano e se prepara para ingressar, em janeiro, no comércio eletrônico. 

Lima conta que sua trajetória como empreendedor surgiu quase por acaso. Há cerca de 30 anos, viu a oportunidade com o convite de um amigo para se tornar sócio e abrir comércio do ramo, a Vila Rica Joias. Acreditando na ideia, pegou dinheiro emprestado do sogro e vendeu seu carro (na época, tinha um Corcel 2, ano 1978) para entrar na sociedade. “Comecei do zero”, diz.

Sua mulher, Darcilene, afirma que, no início, teve medo, já que ele sairia de emprego fixo, com carteira assinada, para tentar a sorte como empresário, com os riscos inerentes aos pequenos negócios. Dados do Sebrae mostram que sua preocupação fazia sentido: 25% das empresas brasileiras não resistem nem aos primeiros dois anos de existência. 

Seis meses depois, o amigo saiu da sociedade e Lima decidiu seguir sozinho (quer dizer, sozinho não, pois contava com o apoio de Darcilene). No começo, comprava e comercializava peças em prata. “Eu colocava na mala e saía revendendo”, afirma. Tempos depois, resolveu se aventurar como fabricante: contratou pessoal para montar anéis e outros itens e atender aos gostos da clientela. 

Atualmente, seus três filhos (Danivia, 30 anos, Denilson, 26, e Diego, 20), que desde crianças se interessaram pelos negócios do pai, também o ajudam na atividade e têm colaborado para expandir a clientela e os negócios. 

Diego, conhecido entre os amigos como Fejão (assim, se o ‘i’ mesmo) que também faz a arte final (o desenho) de acordo com o pedido dos consumidores, tinha contatos com jogadores de futebol, entre eles Guilherme (ex-Corinthians), Ralf e Romarinho (ambos do Corinthians), Leo Costa (Vitória da Bahia) e Lucas (ex-São Paulo, atual PSG), que conheceram seu trabalho e passaram a pedir encomendas, de pingentes a outras peças. Outro público que também se interessou e passou a adquirir joias com a família são funkeiros. Fejão conta que já atendeu nomes como MC Dimenor DR, Boy do Charme e MC Daleste (1992-2013). 

 Em termos de quantidade, a Vila Rica hoje comercializa de 150 a 200 peças de brincos por dia e, cerca de 5 quilos diariamente de correntes, por exemplo. Os preços variam bastante, vão de R$ 2 a R$ 500 para os itens prontos na loja, mas esses valores podem subir, dependendo do pedido, do material utilizado, se for desenho sob encomenda e se exige corte a laser, por exemplo. 

O carro-chefe são as joias e folheados, que representam em torno de 70% do faturamento, enquanto outros 30% provêm dos relógios, itens que a empresa também comercializa (são 23 marcas, nacionais e internacionais, entre as quais Armani, Adidas, Puma, Diesel e Fossil, entre outras). Em ambos os casos, além da venda de produtos, outra fonte de renda são os serviços – de reparo, manutenção, alteração de peças (por exemplo, se a pessoa quiser cravar pedras) –, que complementam e ajudam a captar mais clientes. 

NA INTERNET

 Atualmente com 13 funcionários, a Vila Rica se prepara para crescer. Djalma Lima deixa esse projeto a cargo dos filhos. Segundo Fejão, até o fim do ano será necessário contratar mais gente, para auxiliar no projeto de ingresso das vendas via internet e da abertura de escritório para essa finalidade. Com a entrada no e-commerce, ele vislumbra que será possível comercializar as peças para todo o Brasil e ganhar clientes até no Exterior. 




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