O Grande ABC entra na disputa pelos legislativos estadual e federal deste ano sem seis puxadores de voto que, na eleição de 2010, angariaram cerca de 570 mil votos. Nomes como os dos petistas José de Filippi Júnior, Carlos Grana e Donisete Braga e dos tucanos William Dib, José Augusto da Silva Ramos e Admir Ferro estão fora da disputa de outubro.

Os motivos se assemelham: a atuação em cargos executivos. A exceção é o tucano William Dib.

O ex-prefeito de São Bernardo e deputado federal anunciou que não tentará sua reeleição, principalmente “pelo boicote do governo Dilma Rousseff (PT) à reforma política”. Na eleição de 2010, Dib foi eleito à Câmara Federal com 113.823 votos.

Os outros dois tucanos seguem ativos em funções executivas. Em Diadema, José Augusto da Silva Ramos comanda a Secretaria de Saúde da cidade. No pleito de 2010, Zé Augusto tentou renovar mandato na Assembleia Legislativa, sem êxito. À ocasião, conquistou 51.952 votos.

Já o ex-vereador de São Bernardo Admir Ferro, que hoje é diretor da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), do governo do Estado, também não foi eleito deputado estadual, porém sua candidatura registrou 22.275 votos.

Pelo lado petista, Filippi garantiu expressiva votação (149.525 votos) e foi eleito deputado federal. No entanto deixou o cargo para comandar a Secretaria de Saúde da Capital, em janeiro de 2013, a convite do prefeito Fernando Haddad (PT).

Carlos Grana e Donisete Braga, que se elegeram deputados estaduais em 2010 (Grana com 126.973 votos, e Donisete com 105.436), abdicaram de suas cadeiras após se elegerem prefeitos em Santo André e Mauá, respectivamente.

AVALIAÇÃO
Para Dib, a disputa política é formada por “ciclos”. Ele, contudo, não vê como perda de qualidade a troca de candidatos na região. “Todos esses nomes foram significativos, porém acredito que a renovação foi muito boa”, argumentou.

O petista Tiago Nogueira, secretário de Relações Institucionais de Santo André, endossa a afirmação de Dib, mas com ressalva. “O diferencial é que a maioria desses novos postulantes terá esses consagrados políticos em suas bases.”

O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), também mostra confiança. “Os novos candidatos não estão se lançando sozinhos e isso é muito importante para a identificação com o eleitor”, afirmou.

Mais contido, o vereador tucano de Diadema José Dourado prefere não fazer projeções. “Ao mesmo tempo que essas lideranças farão falta no processo, a renovação precisa começar. Não tenho como prever se será melhor ou pior o nosso desempenho. No entanto, essa eleição dará o tom de como será daqui para frente”, finalizou.