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Joanin aposta em reforma e abertura de loja para crescer

Rede de supermercados de São Caetano chega aos 51 anos com 16 unidades

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
10/08/2014 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A rede de supermercados Joanin deu seu primeiro suspiro há 72 anos, em 1942, quando João e Angelina Castaldelli compraram uma vendinha de secos e molhados no número 1.387 da Rua Oswaldo Cruz, no bairro que leva o mesmo nome, em São Caetano.

Passados 21 anos, o casal, que ao longo desse período passou a comercializar também no atacado e materiais de construção, abriu o que pode ser considerado de fato o embrião do grupo, empresa Cerealista Oswaldo Cruz. O nome Joanin, apelido do seu João, porém, só começou a ser usado em 1969, com a inauguração da primeira loja, na mesma rua da vendinha, de número 1.363. Essa, aliás, é a unidade que foi reinaugurada dia 24 de julho.

Hoje, no auge dos seus 51 anos, a supermercadista soma 16 unidades, sendo quatro em São Caetano, três em São Bernardo, duas em Santo André, uma em Diadema, uma em Mauá, uma em Ribeirão Pires e quatro em São Paulo. Além disso, possui três centros de distribuição e uma unidade de cesta básica.

Para manter o ritmo de crescimento de 10% ao ano, incremento que começou dez anos atrás – e que ganhou uma mãozinha do aumento do poder de compra da nova classe média, que passou a deixar parcela maior de seus salários nos supermercados – a estratégia vem sendo investir o lucro na expansão da empresa. “A gente dá o passo conforme a perna. E não maior que ela. O Joanin não tem recursos de terceiros e não tem empréstimos. É uma empresa familiar que, conforme ganha, amplia sua oferta”, explica Alécio Castaldelli Júnior, um dos seis netos que atuam na rede, e responsável pelas operações das lojas e dos Recursos Humanos.

A supermercadista encerrou 2013 com faturamento aproximado de R$ 453,5 milhões, o que permitiu que ganhasse quatro posições no ranking nacional da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), para ocupar a 46ª posição.

ESTRATÉGIA - “Quase todo ano (desde 2011) a gente vem tentando reestruturar pelo menos uma loja, pois aquelas em que investimos na reforma e ampliação são as que mais crescem”, afirma Rubens Castaldello Júnior, outro integrante da terceira geração da família Joanin, responsável pela área comercial e pelas reformas. “Tanto que, não fosse a reinauguração da loja 1 (na Oswaldo Cruz), este ano projetaríamos crescimento de apenas 5%. Com a medida, devemos manter os 10% (de crescimento anual).”

Alécio explica que um bom exemplo de que a reforma amplia os ganhos é a unidade da Vila Gerty, em São Caetano, a primeira da rede a ser reestruturada. “O faturamento dessa loja triplicou. Em 2011, ano em que foi realizada a reforma (do prédio, com ampliação do número de vagas de 40 para 110, da área de vendas de 1.000 m² para 2.000 m², colocação de piso de granito, substituição de equipamentos e gôndolas, além da adoção da nova identidade visual) e foi lançada a primeira drogaria Joanin, a receita era de R$ 1,5 milhão. Para este ano, a projeção é alcançar R$ 5 milhões.”

Os resultados também têm sido vistos na unidade da Vila Ema, em São Paulo, que ganhou nova roupagem em 2012. “O faturamento cresceu 30% após a reforma”, diz Rubens.

Aliada a essa estratégia, os primos explicam que estão apostando na inauguração de lojas. Em novembro, mais um Joanin vai abrir as portas. Desta vez no Jardim do Irajá, em São Bernardo. “Os planos são abrir uma unidade por ano e reformar outra”, conta Rubens. Em 2015, a loja de Ribeirão Pires será reestruturada, e a expectativa é construir mais uma.

Outro plano da rede é concentrar, nos próximos anos,os centros de distribuição em terreno no quilômetro 17 da Via Anchieta (ao lado do Macro), área de 50 mil m² que é propriedade do Joanin há sete anos. “A intenção será aumentar a produtividade e reduzir os custos. Mas como será uma construção grande e que não vai gerar renda, vamos esperar um pouco. No ano que vem queremos pensar no projeto para, em 2016, iniciar a construção”, conta Rubens.

ESSÊNCIA - “Somos um supermercado de bairro e queremos manter essa característica de conhecer os clientes, manter o contato com eles”, diz Alécio. “Porém, não podemos parar de crescer, senão somos atropelados. Temos de ter coragem de investir em aquisição e reforma mesmo em cenários em que a economia não está tão favorável. Até porque, começamos a ser mais bem vistos pelos fornecedores ao adotar essas medidas, o que implica, inclusive, na oferta de preços menores.”

Rubens completa que o que ajuda a equilibrar os gastos é o fato de o quadro diretivo ser enxuto. “Cada um toca três ou quatro negócios ao mesmo tempo. Mantemos a característica de empresa familiar mesmo com a expansão, e não temos grandes executivos do mercado, que ganham altos salários.”


Grupo emprega cerca de 1.900 funcionários

A rede de supermercados Joanin emprega, atualmente, cerca de 1.900 profissionais diretos. E a tendência é ampliar o quadro de funcionários, já que a cada reestruturação de loja, o volume de empregados aumenta em torno de 20%.

Na loja da Oswaldo Cruz, que foi reinaugurada no dia 23 de julho, houve expansão de 110 para 153 trabalhadores. “Toda loja reformada ganha em torno de 40 funcionários”, explica Alécio Castaldelli Júnior.

O problema nesse segmento, ressalta ele, é a alta rotatividade de mão de obra, que gira em torno de 4,5% – o que, em número de profissionais, como padeiro, açougueiro, gerente, sub-gerente e encarregado de loja, por exemplo, corresponde a cerca de 100 pessoas por mês.

DROGARIA - Além de reestruturar lojas e construir ou adquirir novas, a supermercadista também tem se dedicado à abertura de drogarias de marca própria.

A primeira unidade foi inaugurada em 2011 e, a mais recente, a terceira terceira da lista, na reestruturação da loja da Oswaldo Cruz. A ideia é adotar o modelo em todas as reformas e inaugurações que vierem pela frente. Tanto que o supermercado do Jardim Irajá também contará com a facilidade.

“O intuito é dispor de mais um chamariz para o cliente frequentar o Joanin. Com a oferta do serviço de drogaria, a marca é fortalecida”, diz Alécio.

Ele explica que o sistema de funcionamento é diferente do de uma farmácia de bairro, em que os descontos variam conforme o relacionamento ou o volume de compras. “Oferecemos o mesmo percentual de desconto para todos os clientes. O fato de a drogaria não ser nosso carro-chefe nos permite oferecer bons descontos.”

ROTISSERIA - A loja da Oswaldo Cruz conta com uma novidade, a primeira rotisseria da rede, e com cardápios preparados por nutricionista e porções de diversos tamanhos, inclusive para uma pessoa só. “A mulher, com inserção cada vez maior no mercado de trabalho, tem menos tempo para fazer suas atividades. Portanto, queremos que ela possa encontrar tudo em um só lugar.”

A ideia é testar a novidade que, se tiver bons resultados, deverá ser replicada na reestruturação da unidade de Ribeirão Pires, no ano que vem.
 




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