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São Caetano de olho
em polo de tecnologia

Empresários do Itescs retomaram a ideia de implementar
condomínio tecnológico; iniciativa privada será procurada

Por Soraia Abreu Pedrozo
Gustavo Pinchiaro
12/12/2012 | 06:49
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Os 25 empresários do setor de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) que integram o Itescs (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul) retomaram a ideia de desenvolver um condomínio tecnológico na cidade. O empreendimento, que requer aporte de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões, busca investidores da iniciativa privada para apostar no projeto. Segundo o presidente do instituto, Renato Grau, existe um grupo do Japão, cujo nome não pode ser revelado, que demonstrou interesse. "Eles disseram que no Brasil só se vê projetos envolvendo energia e commodities. Então acharam essa proposta diferenciada."

Quanto ao local em que a iniciativa será erguida, o Itescs depende de parceria com a Prefeitura de São Caetano. Existe a possibilidade de conseguir terreno no bairro Prosperidade, um dos mais carentes do município e, como contrapartida, revitalizar o entorno e gerar mais receita de ISS (Imposto Sobre Serviços). A área aventada pela administração atual é a ocupada hoje pelo Clube Recreativo Esportivo Vila Prosperidade, que deixaria de existir.

O bairro sofre com enchentes, portanto, também seriam realizadas melhorias, já que o condomínio não pode estar sujeito a inundação ou interrupção de energia, pois reunirá grande quantidade de equipamentos de informática. Em janeiro o Itescs se reunirá com o prefeito eleito Paulo Pinheiro, a fim de negociar a doação do terreno.

Questionado sobre o assunto, Pinheiro disse ainda ter dúvidas sobre o local e a questão jurídica acerca da cessão da área pública a empresa privada que visa o lucro. "Vamos conversar no ano que vem. Quero incentivar o setor de tecnologia da informação na cidade."

A iniciativa foi pensada, pela primeira vez, em 2005, quando o Itescs foi criado por um grupo de empresários. "Começamos a questionar qual seria a vocação de São Caetano. Industrial não poderia ser, pois já naquela época não havia mais terrenos disponíveis. Desde então, percebemos que o município não tinha infraestrutura para receber mais empresas, a não ser que fosse implementado novo modelo, baseado no conceito do Vale do Silício, de compartilhamento de espaço", conta Grau.

Foi então que o Itescs vislumbrou a possibilidade de trabalhar dividindo um data center (sala que concentra computadores e servidores capacitados para atender todos os empresários em vez de cada companhia ter de investir em centro de processamentos de dados individual), área de convivência (com restaurante, café e auditório), prédios inteligentes (projeto arquitetônico com galpões baseado no modelo europeu em que não há divisões de paredes).

Quando surgiu o Espaço Cerâmica, em 2009, o projeto ameaçou sair do papel, pois a Prefeitura cogitou destinar área para o condomínio, porém, o terreno ficou com a construção do Hospital São Luiz, do Grupo D'Or.

 

Modelo propicia redução de custos de 20% a 30%

 

O modelo de compartilhamento de espaço proposto pelo condomínio tecnológico propicia redução de custos entre 20% e 30%. Além disso, favorece o acesso a nível mais elevado de tecnologia que, sozinhos, muitos empresários não conseguiriam ter.

A ideia é trazer duas companhias âncoras, de grande porte, e alocar mais 60 empresas. "Não vamos pedir redução do ISS. Continuaremos recolhendo 2%, porém, a receita gerada será muito maior pelo volume de negócios. Sem contar que, com a migração das âncoras, em torno de 4.000 empregos serão transferidos, com aumento da geração de renda e retenção de mão de obra, que vão aquecer a economia local. São Caetano vai deixar de ter fama de cidade dormitório (em que as pessoas moram em um local, mas trabalham em outro)", afirma Renato Grau, presidente do Itescs.

Ontem, durante a apresentação do projeto na sede do instituto, foram assinados quatro convênios: com a USCS (Universidade Municipal de São Caetano), para que ela entre como parceira na oferta de profissionais da área de comunicação; BandTec (Faculdade de TI do Colégio Bandeirantes de São Paulo), para gerar mão de obra de acordo com a necessidade do mercado e do condomínio; Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano), para levantar o que os consumidores demandam e Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), para a troca de experiências.

 




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