Um dia após o Diário revelar a construção de barracos por moradores de rua e viciados em crack nas calçadas da Avenida Lauro Gomes, na Vila Sacadura Cabral, em Santo André, divisa com São Bernardo, o cenário continuava desolador ontem.

Os barracos permaneciam no local, apesar da ausência de pessoas consumindo a droga na via pública. Mesmo com o calor, ficar dentro de uma das 30 barracas do local continuou sendo regra para não chamar a atenção das autoridades.

"Por enquanto está tranquilo", disse um dos moradores. "Mas logo, após a notícia ser publicada no jornal e chamar a atenção, eles virão aqui derrubar nossa casa, com certeza."

Por meio de nota, a Prefeitura havia informado que planeja ação intersecretarial. Reuniões foram realizadas durante a semana passada e ficou decidido que o poder municipal manterá o tipo de trabalho realizado em casos semelhantes.

Entre eles está a aproximação da Secretaria de Segurança Municipal com as polícias estaduais, Militar e Civil, para intensificar o combate ao tráfico de drogas.

Segundo a Prefeitura, os viciados da Lauro Gomes apresentam avançado grau de degradação frente ao uso contínuo de crack. Por isso, o trabalho dos assistentes sociais - aproximação, criação de vínculo e convencimento para buscar tratamento - fica prejudicado.

Sem tratamento e a permanência dessas pessoas na chamada ‘situação vulnerável', o trabalho de ajuda é feito por órgãos assistenciais locais, como a Casa Amarela, e voluntários ligados às igrejas, que fazem distribuição de comida, roupas e cobertores aos usuários.