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Casos de dengue deste ano
na região superam anterior

Nos quatro primeiros meses de 2014 foram 283
contaminações autóctones, contra 197 em 2013

Por Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
08/05/2014 | 07:00
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Reprodução


Os casos autóctones de dengue no Grande ABC nos quatro primeiros meses deste ano superaram os registrados nos 12 meses de 2013. Quatro cidades contabilizaram 283 pessoas com a doença de janeiro até agora, contra 197 em todo o ano passado, aumento de 43%. O crescimento era previsto por especialistas ouvidos pelo Diário em abril.

Diadema e Santo André apresentam o mesmo quadro da região: o número de infectados deste ano ultrapassou o do ano passado inteiro. Em Santo André, foram 107 casos em 2014 contra 41 em 2013. Em Diadema, 91 contra 50. São Bernardo registrou 81 até o momento, contra 95 em todo o ano passado. São Caetano teve quatro casos de janeiro até agora, contra 11 em 2013. Os números representam apenas as contaminações que ocorreram nas próprias cidades. As demais não tiveram casos autóctones.

Segundo o biólogo encarregado do controle de roedores, vetores e animais sinantrópicos de Santo André, Robson Oliveira Lopes, a Prefeitura tem feito sua parte. “Precisamos da colaboração da população para conter o avanço do mosquito. No trabalho de campo realizado em Santo André, encontramos 20% das residências com água parada.”

No município, a região dos jardins Cambuí, Stella, Cristiane e Jamaica foi a mais afetada. Lopes explica que houve um paciente no local que contraiu a doença fora do município, não procurou ajuda médica e acabou contaminando os mosquitos Aedes aegypti que circulam pela cidade. “Amanhã (hoje) teremos reunião do Comitê da Dengue para discutir plano de intensificação das ações. Mas se a população não ajudar, fica difícil. As pessoas precisam ter consciência, porque suas vidas estão em jogo.”

O engenheiro aposentado Luiz Carlos Cassoto, 64 anos, morador da Rua Belém, na Vila Assunção, foi um dos que contraiu a doença em abril. “Fiquei cinco dias internado no Hospital Brasil. Sentia fortes dores no corpo, febre, diarreia, além de manchas avermelhadas.” O caso de Cassoto ainda é apontado como suspeito pela Prefeitura, pois ele viajou ao Litoral antes de ficar doente. Mas o morador garante que há muitos mosquitos em sua residência. A reportagem do Diário encontrou na vizinhança piscina sem cobertura e com muitas folhas e galhos. Na mesma rua, o caso de uma mulher foi confirmado como autóctone pela administração.

Em Diadema, vizinhos da UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Campanário, com as obras paralisadas há um ano e oito meses, denunciam desde 2013 foco de dengue no local. Segundo um dos moradores, José Pereira, 44, a Prefeitura não manda agentes. “Estamos preocupados com o avanço da doença, pois a obra parada fica ao lado de uma escola infantil”, afirma Pereira. O Executivo garante que faz vistorias na construção duas vezes por mês, mas não há prazo para retomada das obras.

Em São Bernardo, a região do Taboão e Parque São Bernardo é a mais afetada. 




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