Economia Titulo Consumidor
ANS veta venda de 212 planos de saúde

Dentre as 21 operadoras com produtos suspensos, dez têm rede credenciada na região

Por Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
21/08/2013 | 07:00
Compartilhar notícia
Arquivo/DGABC


 A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) suspendeu ontem a venda de 212 planos de 21 operadoras. A equipe do Diário apurou que, dessas, dez possuem rede credenciada no Grande ABC. São elas: Dix Amico, Amil, São Cristóvão, Trasmontano, Assefaz, Fundação Saúde Itaú, Geap, Prevent Senior, Promédica e SulAmérica.

Embora os planos representem apenas uma fatia dos produtos das empresas, 4,7 milhões de consumidores contratam esses pacotes de serviços, ou seja, 9,7% da carteira nacional de assistência médica. Eles não serão prejudicados, pois os serviços continuam sendo prestados e é esperado, pela ANS, que as operadoras melhorem seu atendimento.

As duas gigantes da lista, Amil e SulAmérica, responsáveis por 3,36 milhões de vidas dos planos suspensos, garantiram que cumprirão as exigências de melhorias da agência. Mas questionam a falta de transparência da ANS sobre o teor das reclamações e a análise das mesmas.

A punição ocorreu porque as operadoras descumpriram as regras de prazos de atendimento aos clientes e negaram cobertura, afirmou a ANS. Isso é medido pelas reclamações dos consumidores, que atingiram 17.417 registros sobre 553 operadoras entre março e junho.

Esta é a sexta vez que o órgão federal realiza ação restritiva. Desde o início em 2012, 73 operadoras já tiveram proibição de venda de 618 produtos.

A especialista em Direito do Consumidor Ana Paula Satcheki, que é ex-diretora do Procon de Santo André, destacou que os clientes dos planos suspensos não serão prejudicados, mas terão o ônus de saber que suas operadoras não cumprem o que prometem em 100% dos casos. “Por outro lado, é muito importante a transparência para que todos os consumidores saibam quais são essas empresas”, destacou.

Outras cinco operadoras, das 17 listadas no quinto ciclo, de dezembro a março, continuarão com 34 planos suspensos.

Ex-diretora da agência avalia como ilegais punições

Para a professora de Direito do Consumidor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) Maria Stella Gregori, também ex-diretora de fiscalização da ANS (Agência Nacional de Saúde) e advogada consultora de direito do consumidor e regulatório do Tess Advogados, a atitude do órgão federal de suspender as vendas de planos de saúde é ilegal.

Em sua avaliação, a ANS, em sua posição pública, deveria respeitar a legislação vigente sobre saúde suplementar. “E não há nada previsto sobre a suspensão da comercialização de planos. Seria necessário conversar com as operadoras, dar o direito à defesa a essas empresas”, opinou. Ela disse ainda que as leis preevem outras ferramentas punitivas eficazes, como a liquidação extrajudicial e direção técnica.

As suspensões são previstas por resoluções normativas da ANS.

 

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;