A negociação do ex-prefeito de Rio Grande da Serra e assessor especial em Diadema, Adler Kiko Teixeira (PSDB), com o PTB esfriou depois que o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB) disse ao Diário que o tucano seria bem-vindo às fileiras petebistas para trabalhar como voto auxiliar dos maiores expoentes da sigla no Congresso.

Aliados de Kiko garantiram que ele ficou bastante incomodado com a declaração de Faria de Sá, publicada na quarta-feira. “É preciso entender que existe uma coisa chamada voto de legenda. Isso vai ajudar o partido como um todo a ampliar a participação na Câmara (Federal)”, comentou o parlamentar petebista, fazendo referência à ‘escadinha’, jargão político utilizado a candidatos com boa votação que ajudam os maiores expoentes da sigla. Kiko buscará cadeira de deputado federal, justamente o cargo ocupado por Faria de Sá.

Na quarta-feira, o ex-prefeito de Rio Grande da Serra se reuniu com o presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, e com o ex-prefeito de Ribeirão Pires e atual secretário adjunto de Esporte, Lazer e Juventude do Estado, Clóvis Volpi, recém-filiado no PTB. É justamente Volpi quem trabalha para atrair Kiko à legenda.

Embora tenha gostado da proposta dos petebistas, Kiko ficou com pé atrás pelas frases de Faria de Sá. O braço-direito do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), está de saída do PSDB justamente para não ficar como ‘escadinha’ no tucanato, que tem linha de corte elevada. Ele considerou interessantes as sugestões de PRB e PSC, siglas com puxadores de voto (o republicano Celso Russomanno e o social-cristão Marco Feliciano) e baixa nota de corte.

Kiko não retornou aos contatos da equipe do Diário para comentar o caso.

FUTURO

Um dos partidos que também sonham com Kiko é o PV, de Lauro. Caso o tucano aceite o convite verde, os integrantes do partido em Ribeirão Pires têm planos traçados para ele em 2016. Verdes do município já manifestaram o desejo do ex-prefeito concorrer ao Paço de Ribeirão no próximo pleito municipal.

A história ainda está no começo, mas preocupa o atual comandante do Paço, Saulo Benevides (PMDB). Especula-se que o empenho do peemedebista em atrair o PV para a ala governista seria justamente para minar a possibilidade.

Kiko liderou a Prefeitura de Rio Grande da Serra entre 2005 e 2012. Ribeirão Pires já foi administrada por um político que teve sua carreira política em outra cidade. O ex-prefeito Clóvis Volpi (PTB, 2005-2012) sempre trilhou seu caminho político em Mauá.

(colaborou Cynthia Tavares)