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Militância e coerência

Em meio às milhares de dúvidas com as quais dialogo...

Carlos Ferrari
07/03/2012 | 00:00
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Em meio às milhares de dúvidas com as quais dialogo, e graças às quais me permito avançar em uma perspectiva dialética de participação política nos diferentes espaços que milito, posso afirmar que uma certeza a cada dia se torna um tesouro a ser preservado nessa caminhada. Falo de minha convicção de se ter por compromisso a coerência na defesa de nossas bandeiras e na concepção de nossos discursos. 

Talvez por isso, ao longo dos anos, tenha algumas vezes sido mal compreendido por amigos de pseudoesquerda quando falo dos méritos dos oito anos de governo Fernando Henrique para a história do País. Outras tantas vezes, amigos alinhados com o projeto político do PSDB dizem por aí que fui cooptado pelo governo petista, por não ter dúvida em afirmar que vivemos uma revolução na concepção de desenvolvimento, a partir de uma perspectiva de inserção social de milhões de pobres na economia brasileira, nos oito anos de governo Lula. Em nome do que acredito, reafirmo aos amigos, política neste País pode sim ser discutida e uma opinião diferente não significa necessariamente estar em um dos lados.

Hoje escrevo para falar de democracia participativa. No momento em que estamos definindo o novo processo de eleição para os integrantes do CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social), espaço de participação colegiada com composição paritária entre governo e sociedade civil, sinto-me na obrigação de, não enquanto presidente daquele órgão, mas sim enquanto cidadão, falar um pouco sobre o que penso como sendo importante para o fortalecimento desse modelo de democracia.

Primeiramente, quero dizer que acredito na importância de respeitarmos e fortalecermos o pacto federativo. Sendo assim, tenho a convicção de que em um conselho nacional devem participar entidades de abrangência nacional. Digo isso em um momento em que o CNAS será aplaudido por todo o País, por flexibilizar regras de participação para entidades e organizações de assistência social, como também para representações e organizações de usuários dessa política. 

Sendo eu voto vencido e logicamente não merecendo tais aplausos em nome da coerência, reafirmo-lhes meu discurso aparentemente antipático: não acredito que seja a quantidade de entidades que democratiza um processo de eleição. Tenho a clareza de que as poucas organizações, que ao longo da história participaram do processo eleitoral desse conselho, fizeram sim legítimas e democráticas as eleições anteriores, representando milhões de brasileiros que militaram, foram atendidos, ou que receberam benefícios diretos ou indiretos por conta de lutas por essas entidades lideradas.

Como não existem verdades absolutas e sempre a democracia será soberana, respeito e celebro as novas deliberações aprovadas pelo CNAS para o próximo processo eleitoral. Enquanto presidente daquele colegiado, tenho o compromisso de fazer cumprir as decisões da plenária, com a esperança de que serão elas as melhores para o futuro do País. Enquanto cidadão, com o compromisso de semanalmente compartilhar minhas opiniões com vocês aqui neste espaço, mais uma vez manifesto meu orgulho por ter a oportunidade de fazer parte de mais esse momento histórico para a democracia brasileira.




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