O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert é severamente criticado por seus "erros intoleráveis" em relação à proteção de civis durante a guerra de 2006 no Líbano, em um novo relatório oficial publicado nesta quarta-feira.
"O primeiro-ministro Ehud Olmert e o ex-ministro da Defesa Amir Peretz fracassaram gravemente em suas tomadas de decisão, suas avaliações e sua gestão da defesa passiva durante a guerra no Líbano", afirma o documento de 582 páginas.
Segundo o texto redigido pelo procurador do Estado, Micha Lindenstrauss, "os graves fracassos comprovados atingiram, infelizmente, um nível intolerável".
Lindenstrauss critica o governo, o exército, os bombeiros e os sistemas de saúde pelas graves falhas na proteção da população civil.
O relatório atribui a responsabilidade principal a Ehud Olmert, mas também cita o então ministro da Defesa, Amir Peretz, o chefe do Estado maior na época da guerra, o general Dan Haloutz, além do comandante da defesa Yitzhak Gershon.
Em tempos de guerra, estima o procurador, o governo e o exército devem resolver as necessidades essenciais da população, e garantir a manutenção dos abrigos públicos, os resgates e os serviços médicos e administrativos.
"Os dirigentes do país dedicaram a maior parte de seu tempo aos esforços de guerra e não à retaguarda que foi alvo de intensos ataques desde o início do conflito", escreve Lindenstrauss.
O procurador também destaca que "a falta de preparação da retaguarda para uma situação de urgência é o resultado da negligência de sucessivos governos (...) Na maioria dos casos as soluções foram parciais, inadequadas e tardias".
O documento foi entregue à presidente do Knesset (Parlamento), Dalia Yitzik, e será objeto de um debate parlamentar, em data ainda não definida, antes do eventual voto de uma moção de confiança ao governo de Olmert.
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