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Eleições provocam ‘racha’ no Grande ABC
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
03/07/2005 | 07:17
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A crise política enfrentada pelo governo Lula e as principais lideranças do PT em âmbito nacional acirraram ainda mais a divisão interna dentro do PT no mês passado – movimento que deve perdurar pelas próximas semanas durante o processo de eleições diretas, renovador das lideranças municipais, estaduais e nacionais. Berços do partido, cidades do Grande ABC assistem a “rachas” entre facções internas na disputa pelos diretórios municipais. Os principais focos de crise estão por enquanto em São Caetano e em São Bernardo – cujas divisões transbordaram nas últimas semanas. “O PT na região está todo dividido”, afirma um militante que pediu para não ser identificado.

Na semana passada, os dois principais quadros do PT de São Caetano lavaram roupa suja em público. Derrotado nas eleições do ano passado, o ex-vereador Hamilton Lacerda acusa o colega Horácio Neto de tentar comprar uma fita com diálogos entre dirigentes que poderia gerar constrangimentos a integrantes do Campo Majoritário. Neto, de outra ala, afirma que foi vítima de armação. A briga é local, mas duas lideranças nacionais saíram em defesa de um e de outro: pelo Campo Majoritário, o “moderado” Professor Luizinho, pró-Hamilton; de outro, o “radical” Ivan Valente, aliado de Horácio Neto.

São Bernardo – Há uma semana, o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, tenta pacificar os ânimos no PT de São Bernardo. Correntes de esquerda disputam a direção municipal, mas o foco da briga está mesmo dentro do Campo Majoritário. Em síntese, cresce entre as lideranças a insatisfação com o atual presidente da sigla, José Albino, responsabilizado pela derrota do deputado federal Vicentinho na disputa pela Prefeitura em 2004. Para facilitar um acordo, foram propostas a renúncia de todos os quatro candidatos. A deputada estadual Ana do Carmo afirma que se não houver acordo em torno de uma chapa única irá aliar-se ao candidato que sobrar isolado. “Podemos até não ganhar, mas vamos garantir a representatividade.”

Também falta consenso em Diadema sobre a instituição de chapa única para a direção municipal. Pelo menos três grupos distintos destacam nomes para a disputa.

Ironicamente, apenas Mauá permanece sob aparente tranqüilidade. Foi justamente a cidade que enfrentou maiores atritos entre dirigentes locais no ano passado, por causa da indicação para candidato a vice-prefeito. O deputado federal Wagner Rubinelli afirma que na cidade o clima é de convivência pacífica.

Ribeirão Pires tem quatro grupos em disputa: um ligado à ex-prefeita Maria Inês, outro ao ex-presidente da Câmara, Edson Banha Savietto, um terceiro ao atual presidente, Mário Nunes. E o pessoal da esquerda, possivelmente liderado pela vereadora Elza da Silva Carlos.

Em Rio Grande da Serra, o clima é de acirramento, com três grupos em disputa pelo diretório municipal: um ligado ao ex-prefeito Ramon Velasquez, que apóia a candidatura da ex-secretária Anita Ramos, alvo de críticas dentro da própria chapa. Outro ligado à ex-vice Rita Serrano e um terceiro grupo liderado por aliados do deputado federal Ivan Valente.

Em Santo André, os grupos ainda estão em formação, mas já há quatro grupamentos instalados: ao “chapão” do prefeito João Avamileno, do deputado federal Professor Luizinho e do estadual Vanderlei Siraque, se opõem outros três candidatos, um dos quais de esquerda – número considerado “natural”, por enquanto.




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