Enquanto Carlos Alberto Parreira vai se consagrando no comando do Corinthians, Nelsinho Baptista se despede melancolicamente do comando do São Paulo. Diante do mesmo algoz, o treinador viu sua equipe perder a Copa do Brasil (o São Paulo foi eliminado pelo Corinthians na semifinal) e o regional. Sem contar com o apoio de Marcelo Portugal Gouvêia, presidente recém empossado do São Paulo, Nelsinho deixa o comando do time para a entrada de Oswaldo de Oliveira.
Papéis trocados - O goleiro Rogério Ceni, que já se consagrou como um exímio cobrador de faltas, teve de assistir ao xará corintiano o 'imitar' em um belíssimo lance de bola parada. À la Rogério Ceni, Rogério acertou o ângulo em cobrança de falta inexistente, aos 32 do segundo tempo, e garantiu a igualdade no placar – e o título sem qualquer preocupação com os cartões amarelos (esdrúxulo primeiro critério de desempate da fase final).
França não se recuperou a tempo de disputar a decisão, e Nelsinho armou o time com Adriano e Lúcio Flávio no meio, puxando Kaká para o ataque (ao lado de Reinaldo). O Corinthians, que jogava pelo empate, entrou com sua força máxima para o confronto decisivo com o São Paulo.
Precisando vencer, o Tricolor partiu para cima do Corinthians desde o início. Logo no primeiro minuto, o volante Maldonado recebeu de Kaká na entrada da área e acertou a trave de Dida. Em seguida, aos 2, o São Paulo abriu o placar. Lúcio Flávio alçou a bola para a área em cobrança de falta, Reinaldo dominou no meio da zaga corintiana e bateu de virada, sem chances de defesa para Dida. As coisas iam tão bem para o Tricolor que o zagueiro corintiano Anderson tomou cartão amarelo aos 4. Até ali, tudo levava ao título são-paulino.
Mas o domínio do São Paulo foi se dissipando com o passar do tempo e o Corinthians equilibrou logo as forças. Aos 6, Fábio Luciano quase cabeceou no travessão de Rogério Ceni. Aos 12, Leandro recebeu de Deivid na pequena área e colocou por cima do gol. Num ritmo eletrizante, o São Paulo deu o troco em uma cabeçada de Kaká no canto direito, exigindo grande defesa de Dida (aos 15). Quatro minutos depois, Adriano aproveitou sobra dentro da área e voltou a exigir o goleiro corintiano. A vantagem são-paulina se ampliou quando Gil fez falta em Maldonado e levou cartão amarelo – até ali, com quatro cartões a dois e o placar em 1 a 0, o título era do São Paulo.
A vantagem do São Paulo nos cartões, porém, acabou antes mesmo do intervalo. O volante chileno Maldonado e o zagueiro Reginaldo Sossai foram punidos por faltas. Só faltava o Corinthians empatar o placar para garantir a taça. O que demorou mais de meia hora, mas aconteceu. Aos 32 da fase final, Ricardinho foi travado legalmente por Maldonado na entrada da área e o árbitro Paulo César Oliveira apontou falta. O lateral Rogério cobrou com perfeição, sobre a barreira do São Paulo, e acertou o ângulo de Rogério Ceni.
A beleza da festa corintiana quase foi manchada pela violência dentro de campo. Sob o som do 'olé' e da festa da Fiel, o volante Fabrício segurou a bola provocando o zagueiro Jean na linha de fundo e sofreu falta. Os são-paulinos, irritados, partiram para cima do adversário para a briga. Os mais experientes, como Rogério Ceni e Ricardinho, apartaram os ânimos. Paulo César Oliveira decidiu acabar com o jogo antes que a briga se generalizasse.
Vencedor do regional, e garantido na Copa dos Campeões, o Corinthians pode até abrir mão do torneio no Nordeste, que garante vaga na Copa Libertadores da América de 2003. Basta empatar com o Brasiliense, quarta-feira, em Taguatinga, e conquistar a Copa do Brasil que a vaga no sul-americano do próximo ano estará garantida.
Corinthians: Dida; Rogério, Fábio Luciano, Anderson e Kléber; Fabrício, Vampeta e Ricardinho; Leandro (Renato), Deivid e Gil (Fabinho). Técnico: Carlos Alberto Parreira.
São Paulo: Rogério Ceni; Belletti, Reginaldo, Jean e Gustavo Nery; Maldonado, Fábio Simplício (Júlio Baptista), Adriano (Souza) e Lúcio Flávio (Rafael); Kaká e Reinaldo. Técnico: Nelsinho Baptista.
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