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Caçulinha fala da carreira e do novo CD
Daniel Gutierrez
Especial para o Diário
12/05/2006 | 08:18
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Conhecido do grande público há mais de quatro décadas, Rubens Antônio da Silva, o Caçulinha, lança este mês o CD instrumental Caçulinha na Bossa Nova (Universal, R$19,90 em média) que reúne clássicos da bossa nova interpretados por ele no acordeom.

Caçulinha está na televisão desde o surgimento do movimento bossa nova, quando participou do programa O Fino da Bossa, comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues, nos anos 60. Viu de camarote todo o movimento musical da época que revelou nomes como, Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso. “Fiz parte, só que eu estava em São Paulo e quando, pela primeira vez, eu ouvi Chega de Saudade, do João Gilberto, eu falei: ‘Meu Deus!’ E Desafinado, então? Coisa linda né?”, recorda ele, sem esconder uma certa nostalgia.

Entrou na Globo junto com Fausto Silva, já no Domingão do Faustão, há 17 anos. Mas a dupla se apresentava desde o programa Perdidos na Noite, da Bandeirantes, nos anos 80. Nessa época, Caçulinha tocava seu regional esporadicamente no programa e fazia shows com Faustão. “Eu na sanfona e Fausto contando piada”, lembra. Até hoje a parceria dá certo. Caçulinha é o “escada” para o Faustão fazer as piadas, além de participar da banda do Domingão. Ele não é membro fixo do conjunto, trabalha à parte. “Toco o que eu sei, o que eu gosto. Eles são maravilhosos comigo”, disse.

O apelido Caçulinha vem da época em que fazia uma dupla caipira com o pai, aos 15 anos. “Isso foi em 1950. Nós tocávamos em bailes, boates e até viajávamos com circo”, conta o músico. Mas a paixão pela sanfona nasceu aos oito anos, quando começou a tocar o instrumento, sempre auxiliado pelo pai.

Com seu jeito simples, não quis comentar nada sobre os feitos do passado: “De trabalhos anteriores eu não quero falar nada. O que importa é hoje”.

A idéia para o novo disco surgiu em São Paulo, durante um show de João Gilberto na inauguração da casa Tom Brasil. “Ele (Gilberto) falou para mim: ‘Caçula, por que você não faz um CD de bossa nova com acordeom?’. Eu falei: ‘É uma boa idéia, mas quem vai comprar isso?’. Ele respondeu: ‘Você grava, depois vê no que dá’”.

Ricardo Leão, maestro da cantora Simone, convidou Caçulinha para gravar no estúdio dele. Escolheram o repertório do CD buscando os clássicos mais populares da bossa nova. “Ele falava uma eu outra. E assim foi”, explica o músico. Ao todo são 12 convidados: Roberto Menescal, João Donato, Rildo Hora, Paulinho Braga, Paulinho Trompete, Lula Galvão, João Lyra, Marcelo Martins, Bocato, Zé Canuto, Marcos Valle e Ricardo Leão.

Caçulinha tem vasta bagagem na música brasileira. Gravou 31 álbuns em toda a carreira. “Só em vinil tem uns 25. Estão lá em casa, um amontoado. Nem sei se encontro todos”, diverte-se.

Caçula já está preparando a sanfona para o próximo trabalho em parceria com o comediante Pedro Bismarque, o Nerso da Capitinga. Eles lançarão no próximo mês um CD com motivos juninos, com o título Caçulinha no Arraiá, “Eu na sanfona e o Pedro narrando a quadrilha”, adianta o instrumentista. (Supervisão de Melina Dias)



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