Política Titulo Dívida milionária
Diadema começa a tirar previdência do servidor do atoleiro

Dívida milionária relacionada a calote da administração municipal no repasse da contribuição patronal deixou instituto à beira da insolvência

Wilson Moço
Do Diário do Grande ABC
13/02/2022 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Alvo de várias manobras da administração municipal para tentar driblar dívida milionária ao longo da gestão do ex-prefeito Lauro Michels (PV), o Ipred (Instituto de Previdência dos Servidores de Diadema) estava à beira da insolvência, que, caso ocorresse, prejudicaria os 3.200 aposentados e pensionistas e também os 6.000 servidores da ativa. Apesar das dificuldades enfrentadas devido à pandemia em 2021, primeiro ano do governo de José de Filippi Júnior (PT), a Prefeitura afirma que adotou medidas que garantiram fôlego e a sobrevivência do instituto, que agora entrou em processo de recuperação do equilíbrio financeiro.

Pela lógica que estava colocada, de a gestão passada não cumprir seus compromissos, o Ipred acabaria em quatro ou cinco anos, prejudicando 9.200 pessoas, entre aposentados, pensionistas e servidores da ativa”, disse o superintendente Rubens Martins. O rombo nas contas do Ipred ultrapassou R$ 130 milhões.

Em 2021, a Prefeitura pagou R$ 107,7 milhões ao Ipred, referentes ao pacote de medidas adotadas para solucionar a situação deficitária da entidade. Desse montante, R$ 71,7 milhões referem-se à alíquota patronal da Prefeitura, que a partir de setembro subiu de 14% para 16% da folha de pagamento. A Prefeitura também quitou R$ 36 milhões de dívida repactuada há mais de dois anos, mas que não foram honradas pela gestão passada e já estavam inscritas na dívida ativa.

O superintendente também também explicou que foi repactuada parte da dívida de R$ 310 milhões referente às alíquotas patronais de passivos anteriores. A Prefeitura começou a pagar parcelas de R$ 1,5 milhão a partir de janeiro – valor adicionado aos R$ 4,5 milhões mensais que a Prefeitura deposita em outras repactuações do passivo. A outra parte dessa dívida está sendo renegociada para serem pagas em até 240 meses.

Rubens Martins comenta que as repactuações das dívidas, o aumento da alíquota patronal e o acerto por parte da Prefeitura do compromissos assumidos reverteram a situação financeira do Ipred. “A atual gestão mostrou vontade política de solucionar as pendências que tinha com o instituto e hoje estamos próximos de ter suficiência financeira”, concluiu.

ALVO DO MP

No fim do ano passado, o MP (Ministério Público) protocolou ação civil pública contra o ex-prefeito Lauro Michels pelo descontrole nas contas do Ipred. O promotor Murilo Arrigeto Perez elenca série de irregulares durante a administração do verde, que fizeram com que o rombo nas contas chegasse à margem de R$ 130,6 milhões, uma vez que alíquotas referentes à Prefeitura não eram pagas ao Ipred e o acúmulo da dívida era sucessivamente parcelado.




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