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Um terço do Paulistão já se foi
Dérek Bittencourt
08/02/2022 | 00:06
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Passadas quatro rodadas do Campeonato Paulista, o trio do Grande ABC tem cenário favorável em seu primeiro objetivo, que é fugir do rebaixamento. Quem se deu melhor nos compromissos até aqui foi o São Bernardo FC, que somou sete pontos em duas vitórias, um empate e uma derrota. Já o Santo André foi o que mais oscilou entre os três, ainda assim chegou a cinco, com uma vitória, dois empates e um revés. Por fim, o Água Santa conquistou o primeiro triunfo somente nesta quarta jornada (nas anteriores havia colecionado três derrotas), portanto soma três pontos, mas pelas exibições até então, já vinha merecendo sorte melhor. A busca dos vizinhos do ABD é por alcançar 12 pontos, meta apontada como marca de corte na definição de quem permanece na Série A-1 e de quem volta à A-2.

Vejo o Tigre mais bem organizado do que os rivais regionais. O técnico Márcio Zanardi conseguiu dar um padrão de jogo ao time, que manteve o DNA cascudo de 2021 – no qual teve desempenho perfeito com os títulos da A-2 e da Copa Paulista. Já o Ramalhão apresentou um sistema defensivo bastante sólido – Thallyson destoou dos companheiros diante do Mirassol e os dois gols do adversário tiveram participação do lateral-esquerdo –, mas o ataque ainda carece de mais suporte, sobretudo com mais envolvimento do setor de criação. Por fim, o Netuno se postou bem nos quatro encontros, sobretudo contra o Palmeiras, quando encarou em condição de igualdade o melhor time da América do Sul, Porém, falhava ofensivamente. Diante do Novorizontino, a bola, enfim, entrou e a equipe somou os três primeiros pontos – e a equipe de Diadema nada tem a ver com o pênalti não marcado para o representante de Novo Horizonte. Paciência.

Entre os outros times, a decepção por enquanto é o Novorizontino. Apesar de ter conquistado o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro no fim de 2021, a equipe não manteve as boas apresentações. Pelo contrário. É o time que mais vezes jogou (já fez cinco partidas) e contabiliza um empate e quatro reveses, lanterna absoluto da competição. Quem também só tem um ponto é o São Paulo. Se a Série A-1 terminasse hoje, seriam estes os dois rebaixados. O Novorizontino demitiu Léo Condé. O São Paulo, se perder quinta-feira para o Santo André, pode ser que faça o mesmo com Rogério Ceni. Cabe aos demais concorrentes aproveitarem essa instabilidade dessa dupla e abrir vantagem. Porque se ambos reagirem, são dois a mais para brigar nas partes intermediária e inferior da tabela. O Botafogo, que empatou com Santo André e ganhou do Santos, ainda vejo com um elenco inferior aos demais, mas vem alcançando pontos na base da superação e da força de vontade. Por outro lado, Mirassol, Inter de Limeira e Ferroviária montaram times que vêm mostrando serviço e acredito que vão lutar pela classificação. Ou seja, é bem limitado o número de equipes que brigarão para não cair. O trio do Grande ABC precisa estar de olhos bem abertos!

QUE FIASCO!

A passagem de Ricardo Oliveira pelo São Caetano, se é que pode se chamar de passagem, foi um tanto quanto controversa. Se no dia da apresentação o atacante era tratado como grande nome – inclusive por mim – do time e da competição, o veterano deixou o Anacleto Campanella pela porta dos fundos. Atletas, comissão técnica e diretoria demonstraram que o jogador se sentia maior do que o clube e, consequentemente, não se encaixaria em um time que ainda não engrenou na Série A-2, que tem algumas limitações estruturais e não conta com centro de treinamento. E olha que ele ia ganhar entre R$ 200 mil e R$ 300 mil para vestir a camisa azulina na competição, além de um bônus que o clube pagaria em caso de acesso. Coincidência ou não, três dias após o negócio ser desfeito, Ricardo Oliveira foi anunciado pelo Athletic, recém-promovido à elite de Minas Gerais. Confesso que fiquei bastante decepcionado. Imagino, então, como ficou a torcida do Azulão. Pensando bem, deve ter ficado aliviada.

TEM COPINHA E TEM MUNDIAL!

Entrar neste assunto sobre o reconhecimento do título de 1951 como primeiro Mundial do Palmeiras é sempre polêmico. Isso porque os alviverdes reconhecem, mas as demais torcidas insistem em minimizar a competição conquistada no Rio de Janeiro há quase 61 anos. Ontem, em uma entrevista do atacante Rony ao site da Fifa, a entidade cita o Verdão como detentor de um Mundial. Entretanto, no espaço onde cita os clubes que já alcançaram a honraria, a página oficial da Federação Internacional não corrobora com a notícia. Como este espaço é opinativo e, no caso, para a minha opinião, minha consideração é que, sim, o Palmeiras tem Mundial. Não é este que disputará hoje a semifinal contra o Al Ahly ou que acabou dando vexame em 2021. Tampouco é aquele que jogou contra o Manchester United em 1999. Era outro, denominado Copa Rio, tão difícil quanto, diante de equipes também muito qualificadas, casos de Estrela Vermelha-SRB, Áustria Viena-AUT, Nice-FRA, Nacional-URU, Juventus-ITA e Vasco, mas que deveria definitivamente ser oficializado definitivamente pela Fifa. E, caso não seja, acredito que o Alviverde tem totais condições de vencer a edição deste ano, assim como há duas semanas fez com a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Então, de uma vez por todas, vão ter de adaptar a letra da famosa musiquinha. 




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