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Ocorrência de ratos aumenta 55% em Sto.André
Por Leandro Calixto
Do Diário do Grande ABC
05/08/2005 | 07:38
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A Prefeitura de Santo André registrou nos últimos dois meses um aumento de 55% nas reclamações sobre a presença de ratos de telhado nas residências da cidade. A média em junho e julho foi de 427 casos por mês contra uma média de 275 ocorrências mensais de janeiro a maio deste ano. Apesar do crescimento incontrolável da praga, apenas 22 agentes da Prefeitura estão atendendo as chamadas da população na tentativa de combater os ratos. Cinco casos de leptospirose já foram registrados neste ano. “Cansei de esperar pela ajuda do poder público. Então, resolvi comprar uma espingarda de chumbo para matar estes malditos ratos. Já acabei com cinco”, revela um morador da Vila Eldizia, que preferiu não se identificar.

Por causa da proliferação dos ratos em Santo André, o morador afirma que passou a viver enclausurado. Ele diz que não sabe mais como combater o mamífero. “Vivo com as janelas e portas trancadas. Não tenho mais liberdade e sossego em minha própria casa. Não sei mais a quem recorrer”, lamentou o morador da Vila Eldizia.

A diretora-assistente do Departamento de Vigilância à Saúde de Santo André, Maria Adelaide Gonçalves, admitiu que o número de agentes é insuficiente para atender a demanda na cidade. “Só nos últimos dois meses tivemos mais de 800 reclamações em Santo André. Conseguimos atender mais de 600. Sabemos que não é o ideal. Mas em breve iremos resolver essa situação”, afirmou a diretora.

Em razão do crescimento da praga, a Prefeitura promete contratar 60 novos agentes nas próximas quatro semanas. A medida de emergência ficou acertada depois da realização de um estudo concluído pelo próprio departamento da Prefeitura de Santo André na tentativa de combater a praga. “Descobrimos que estes ratos são provenientes da região portuária de Santos. E pelo número de ratos que vivem em nossa região, eles acabaram se adaptando com nosso clima”, afirmou.

Segundo a diretora da Vigilância, os ratos sobem a serra na carroceria dos caminhões que trafegam pela via Anchieta. “Eles vêm atrás de abrigo e alimentos. Aqui, encontraram tudo isso e acabaram se proliferando”, admitiu.

Além da contratação de novos agentes, o Departamento de Vigilância está realizando outras ações para combater os ratos. A operação de desratização inclui ainda a aplicação de produtos químicos nas residências e um trabalho de conscientização junto à população. “Estamos desenvolvendo um trabalho de orientação por meio de visitas. Mas os moradores precisam colaborar e não dar nenhum tipo de margem para se proliferarem. Precisamos acomodar de forma adequada e organizada os sacos de lixo e não deixar água parada. Tudo precisa estar bem limpo e arejado”, explica.

Perfil – O rato de telhado, que vem atormentando os moradores do Grande ABC, tem 25 cm. A sua coloração é cinza escura ou preta, ele tem um corpo fino, as orelhas compridas e a cauda bem longa. Essa espécie escala paredes e encanamentos com facilidade e pode cair de uma altura de 15 metros sem sofrer danos. O rato de telhado ainda possui alta capacidade de reprodução – pode gerar até 48 filhotes por ano. O rato de telhado causa doenças como leptospirose, hantavirose e febre hemorrágica (veja quadro ao lado). De janeiro até agosto deste ano, a Prefeitura de Santo André registrou cinco casos de leptospirose. Durante todo o ano de 2005, a Prefeitura informou que quatro casos foram registrados. Um deles fatal. “Apesar da praga dos ratos de telhado, a média praticamente é a mesma do último ano. Com as medidas que estamos tomando, acredito que não vai aumentar”, finalizou a diretoria Maria Adelaide.

A preocupação com este fenômeno é tanta que o tema foi debatido no último mês na reunião do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, que reúne representantes das setes cidades da região. Uma ação agressiva para combater a proliferação ficou acertada, mas na prática o que foi realizado foram trabalhos de conscientização.




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