O presidente da República e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mostrou nesta segunda-feira, durante entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o tom que pretende adotar até o fim da campanha: uma mistura de críticas ao modo do PSDB de governar com a exaltação das realizações nos seus quatro anos na presidência.

Mais uma vez, ele criticou a postura do ser adversário Geraldo Alckmin (PSDB) no debate realizado no dia 8 de outubro na TV Bandeirantes. “Ele estava ensandecido, não sei o que aconteceu e confesso que fiquei chateado. Talvez ele tenha sido orientado para agir daquela maneira”, afirmou.

Lula ainda falou mal das privatizações realizadas pelos tucanos nos oito anos em que Fernando Henrique Cardoso foi presidente. “Ele privatizam o que puder e depois não sabem o que fazer com o dinheiro. Quando percebem estão mais endividados do que antes”, assinalou.

O petista ressaltou que, ao contrário do que vem dizendo seu opositor, não há gastos para cortar no governo. De acordo com Lula, houve uma grande redução de impostos nos últimos quatro anos que beneficiou toda a população brasileira.

Dossiê – Lula classificou como “burrice” o envolvimento de petistas na tentativa de compra de um dossiê que ligaria políticos do PSDB com a ‘máfia das ambulâncias’. “A Polícia Federal não pode deixar pedra sobre pedra neste assunto, mesmo que demore mais de um ano”, assinalou.

Ele revelou aos jornalistas que o ex-presidente do PR, Ricardo Berzoini, foi afastado da coordenação de campanha devido a este escândalo. “Eu o chamei para uma conversa e disse que ele tinha a obrigação de explicar para a população brasileira quem eram os responsáveis por esta sandice. Como ele falou que não sabia, eu o afastei”, afirmou.

No entanto, o candidato procurou se isentar de qualquer culpa no caso. “Sou apenas curioso, não tenho poder de investigação, e graças a Deus que não tenho este poder, afinal isto é tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público.”

Realizações – Na entrevista, Lula procurou exaltar programas do seu governo, como o Bolsa-Família, o crescimento das micro e pequenas empresas e a reforma da Previdência. “Nesta área, é necessário temos mais contribuintes do que beneficiários”, lembrou.

Se for reeleito, ele falou que a reforma política será uma prioridade. Mesmo sem ir a fundo no assunto, se mostrou “simpático” a idéia do voto distrital misto. Além disso, afirmou que pretende investir muito mais na área de educação no próximo mandato.